Política

VEREADORES FAZEM NOVA BLITZ EM POSTOS DE SAÚDE E VÊEM CAOS

Continua gravíssima a crise na saúde municipal
| 02/10/2007 às 22:00

  Os vereadores Téo Senna (PTC), Antônio Lima (DEM) e Jorge Jambeiro e Paulo Câmara, do PSDB, fizeram a segunda blitz em uma semana na saúde do município de Salvador. 

  Constataram a ausência de médicos, viram equipamentos quebrados e medicamentos com datas vencidas. "Na semana passada verificamos as condições de atendimento. Agora, colhemos informações junto às próprias comunidades atendidas, para produzir novos relatórios, como o que foi entregue na última semana à promotora de justiça Rita Tourinho, do Ministério Público", explica Téo Senna.


  Antonio Lima enfatizou que eles pretendem fazer um relatório sobre o abandono dos postos de saúde, sucateamento das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a falta de ações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no combate à dengue. "Estes foram os principais problemas que nós constatamos até o momento", disse Antonio Lima.


  No Posto Ivone Silveira, no Calabar, os vereadores foram informados que o posto foi destruído há dois anos com promessa de uma nova construção. "Moradores do local afirmaram que há seis meses tiveram uma reunião com Luiz Eugênio Portela, secretário de Saúde na época, e foram informados que as verbas destinadas para a construção do posto tinham sido desviadas pelo prefeito João Henrique para atender outras questões", disse Paulo Câmara.

 

FAlTAM MÉDICOS

 

 O atendimento a essa comunidade tem sido feito em um posto localizado na igreja de Santa Terezinha, no bairro do Chame-Chame, mas, segundo os moradores, falta médicos na unidade e o local encontra-se degradado, sem a mínima condição de uso.


 O vereador Paulo Câmara, que tem recebido muitas queixas da comunidade do Calabar, explica que os postos mais próximos, do Alto das Pombas e de Santa Terezinha. "A população só consegue atendimento no 5º Centro de Saúde e, mesmo assim, a consulta é marcada depois de três meses", afirma Paulo Câmara.

Do Calabar, a comitiva seguiu para Itapuã, no posto de saúde Hélio Machado. Lá, foram recebidos pelo gerente Eduardo Florentino, que exigiu autorização da SMS para que a imprensa acompanhasse a vistoria. Com a interferência do vereador Antônio Lima a imprensa pôde cobrir a visita.


 "Percebemos aqui a falta de médicos, a dificuldade das pessoas em marcar consultas e outros problemas", disse Jorge Jambeiro. Em seguida, os vereadores foram para o Saboeiro, parando antes no Alto da Cachoeirinha.


  No 11º Centro de Saúde Eunísio Coelho Teixeira, no Saboeiro, os vereadores comprovaram que dos seis médicos que trabalham no local, quatro pertencem à Pró-Saúde, entidade filantrópica que administra o Centro e, por falta de pagamento, estão trabalhando em regime de revezamento. "Os funcionários estão há dois meses sem receber salários; faltam medicamentos básicos como dipiroma, paracetamol, cremes vaginais e sulfato ferroso, utilizado no tratamento de anemias; a autoclave odontológica, equipamento utilizado para a esterilização de materiais, encontra-se quebrado", denunciou Paulo Câmara.

 

FALTA MEDICAMENTO

 

  No local, os vereadores constataram que na farmácia faltam remédios básicos, além de antibióticos e medicamentos de combate a parasitas. O vereador Téo Senna, disse que os médicos terceirizados estão deixando de trabalhar e a prefeitura continua devendo R$ 7,7 milhões, por isso o caos tem aumentado na saúde.


 Segundo ele, no Centro de Saúde Hélio Machado, em Itapuã, há uma defasagem de médicos clínicos no local; o aparelho para exames de Raios-X, o processador e o equipamento para a esterilização de materiais encontram-se quebrados há seis meses; faltam aspiradores para a retirada de secreções nos pacientes; os laboratórios estão sem funcionamento; a máquina de hemograma encontra-se vencida desde maio, comprometendo o resultado dos exames; faltam médicos e enfermeiros para aferir pressão arterial dos pacientes.


  Durante a visita, o gerente do posto apresentou aos vereadores a cópia dos inúmeros ofícios que já foram encaminhados ao prefeito solicitando melhorias para a unidade, mas, até agora, nenhum dos pedidos foram atendidos.

 

ABANDONO

No Alto da Cachoeirinha, de acordo com o vereador Antonio Lima, houve a promessa da construção de um posto de saúde no local pela atual administração municipal, mas até agora o terreno encontra-se desocupado, em total estado de abandono.

O 9º Distrito Sanitário Cabula, no Beiru, é o maior distrito sanitário em população e o seu espaço físico encontra-se insuficiente para o funcionamento.

Os vereadores foram também ao Almoxarifado da prefeitura. O local é coordenado pela Embage, empresa que presta serviços de logística, e por uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo funcionários, o local atende a todos os distritos sanitários.

 

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Ambulâncias do SAMU

 

  Diante do argumento da Secretaria Municipal da Saúde, de que a paralisação de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve-se à falta de peças nas concessionárias representantes da Renault do Brasil, a Comissão de Transporte da Câmara Municipal de Salvador enviou ofício à empresa solicitando esclarecimentos. O documento, assinado pelos vereadores Jorge Jambeiro (PSDB) - presidente da Comissão, Cristóvão Ferreira (PDT) - 3º vice-presidente da Câmara, Orlando Palhinha (PSB) - vice-presidente do colegiado, e Téo Senna (PTC), foi encaminhado também à Concessionária Eurovia Renault.


  No documento, os vereadores deixam claro que a paralisação dos serviços "tem prejudicado imensamente o atendimento de urgência gratuito à população mais pobre da nossa cidade". A situação, ainda segundo o ofício da Comissão, demonstra "a fragilidade com que o SAMU vem sendo administrado, simplesmente pela falta de garantia que possibilite assegurar a qualidade da manutenção preventiva e corretiva das ambulâncias, indispensáveis ao funcionamento regular do programa". Os vereadores requisitam ao presidente da montadora no Brasil, Fernando Figueiredo, além de esclarecimentos, especial atenção quanto ao fornecimento regular de peças e acessórios.

 

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