Temendo ser enquadrado pelo Ministério Público, o prefeito João Henrique (PMDB) determinou ao seu secretário particular, Ricardo Araújo, que faça devolução ao município das diárias de sua viagem feita à China.

   Segundo o site da Secom, "as passagens têm o valor de R$ 7 mil reais e não sete mil dólares" conforme repesentação encaminhada ao Ministério Público pelo vereador José Carlos Fernandes (PSDB). Ainda de acordo com a Secom, " trata-se de um procedimento legal previsto no ordenamento jurídico".
 
   No documento encaminhado ao Ministério Público o vereador José Carlos atesta que o secretário Ricardo Araújo recebeu 4 mil dólares para viagem à China, somente de diárias; e mais 3 mil dólares para viagem recente a Portugal, também de diárias, sem incluir as passagens aéreas.

  Já segundo a Agecom, a viagem de Ricardo Araújo à China foi realizada para "promover a captação de recursos junto a empresários daquele país para atrair empreendimentos estrangeiros em Salvador, especialmente para o Carnaval 2008, para o setor imobiliário, para difusão de telecentro digital, além de investimentos para a área de entretenimento e lazer".
 
   Atesta ainda a Agecom, que as passagens áreas foram custeadas pela China.

 

   Quanto à segunda viagem feita recentemente pelo secretário particular a Portugal, ele nada recebeu dos cofres públicos municipais, portanto, a prefeitura entende que as denúncias feitas tratam-se de exploração política em decorrência da proximidade das eleições municipais.

 

   Segundo consta em livro de registros da prefeitura, os outros prefeitos de Salvador viajavam, em média, uma vez a cada seis meses ao exterior, com seus assessores. O prefeito João Henrique em dois anos e meio, realizou apenas uma viagem à Espanha, sem custos para o município.
 
    ILEGAL

    Na opinião do vereador José Carlos Fernandes (PSDB) existe uma diferença enorme entre as viagens feitas pelos prefeitos anteriores e seus secretários, e as realizadas pelo secretário Ricardo Araujo, pois, sendo este secretário particular do prefeito sua missão constitucional é outra e não viajar para China a fim de captar recursos para o Carnaval, como dito pela Secom.

    "Qual interesse teriam os chineses em investir no Carnaval de Salvador?" - essa é mais uma questão que o vereador quer saber.

     Zé Carlos comenta, ainda, que a matéria/resposta do prefeito é confusa na medida em que fala da devolução de diárias e, ao tempo, atesta que as passagens foram pagas pela China e custaram 7 mil reais. O vereador também quer saber como será feita essa devolução.