Corre-corre na AL para manter a sessão ordinária
O deputado Heraldo Rocha, líder do Democratas na Assembléia Legislativa, ao ler o editorial de A Tarde publicado hoje, 2, intitulado Quadro Sombrio, denunciou no plenário que é lamentável acompanhar um notíciário dessa natureza, da falta de investimentos na Segurança Pública, enquanto o secretário da Fazenda do Estado, Carlos Martins, "vem a esta Casa dizer que está com o caixa cheio de dinheiro para usar na campanha eleitoral do próximo ano".
Heraldo classificou como lamentável uma situação dessa natureza, sobretudo depois de ouvir de um secretário de Fazenda que está segurando, deliberadamente, os recursos para investimentos para fazer caixa para aplicar no próximo ano visando obter dividendos eleitorais.
Ao ser questionado pelos deputados da oposição se reduziu em mais de 45% os recursos orçamentários do Estado destinados este ano para investimento porque estava "fazendo caixa para a campanha", Martins foi categórico: "Faz parte".
VIDA DAS PESSOAS
"Às custas das vidas de milhares de baianos que estão morrendo sem atendimento hospitalar ou vítima da violência que cresce assustadoramente no estado, o governo Wagner vai fazendo caixa para aplicar durante o período eleitoral", condenou o líder da minoria, deputado Gildásio Penedo.
Para ele, o quadro da paralisia de investimentos no Estado se torna mais grave quando se percebe que as receitas tributárias estaduais (a oriunda da arrecadação de impostos) cresceu, nos oito primeiros meses deste ano, mais de 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
"Nunca se viu isso. O Estado está arrecadando mais e investindo menos. Ou seja, a população baiana está pagando mais impostos (12,4% mais ICMS e 18,5% mais IPVA) e em troca tem recebido menos segurança, menos educação e menos serviços de saúde", explica.
Outro ponto esclareecedor no depoimento do secretário Carlos Martins, foi quando ele anunciou que o estado "vem ampliando a sua saúde financeira", honrando suas dívidas em dia e mantendo recursos em caixa.
"Isso põe por terra o discurso da 'terra arrasada que o governo Wagner tenta vender para a população baiana desde que assumiu o Estado.
LÍDER REBATE
Para o líder do governo, deputado Waldenor Pereira (PT), os dados apresentados pelo secretário Martins mostramo vigor do governo Wagner, com estabilidade na área financeira para fazer melhor pela Bahia adiante. "Não tenho dúvida de que o govrno Wagner vai ser um dos melhores que este Estado já teve" - assegurou.
Praticamente sozinho para defender o governo, Waldenor só contava com mais 4 deputados da base em plenário (Marizete Pereira, Ottomar Ferreira, Zilton Rocha e Neusa Cadore), este disse que recomendava a atual oposição ler o Bahia em Dados publicado em 2004, documento da SEI, para mostrar o que era o governo da Bahia, com brutal concentração de renda e mortalidade infantil de 36 crianças com menos de 1 anos em 1.000.
VERIFICAÇÃO
DE QUÓRUM
A sessão estava sendo comandada pelo deputado Getúlio Ubiratan (PMN). Só haviam 11 deputados no plenário e 3 na mesa (Ubiratan, Bira Coroa e Luis Augusto), quando o líder da minoria "exigiu" a presença de deputados da base do governo em plenário senão pediria verificação de quórum. E pediu.
Foi mais um corre-corre na AL. Quando o tempo regimental estava se esgotando e depois de vários apelos feitos pelo presidente Getúlio Ubiratan, o governo conseguiu o mínimo do mínimo para manter a sessão em pé.