O que a imprensa nacional já noticiava desde a semana passada finalmente aconteceu, oficialmente, nesta segunda feira, 24.
A direção nacional do Partido da República (PR) liberou uma nota à imprensa esclarecendo que, desde já, cabe ao senador César Borges o irrestrito comando sobre os destinos do PR no Estado da Bahia.
Segundo a nota,"convencidos do caráter conciliador que orienta a mudança de comando da seção baiana do partido, estamos certos de que o diálogo está na raiz da nossa vocação para o crescimento".
A nota destaca, ainda, que "sob o comando de um homem público da experiência do senador César Borges, o Partido da República da Bahia reafirma suas posições pela consolidação dos ideais partidários".
O documento partidário está assinado pelos presidente nacional, Sérgio Tamer; presidente de honra, governador Blairo Maggi; e vice-presidente nacional, senador Alfredo Nacimento.
Ou seja, o senador César Borges deixa o Democratas e vai para a base aliada do governo, integrando-se ao esquema governista do presidente Lula da Silva e certamente, contribuindo para votar a prorrogação da CPMF.
COMENTÁRIO
BAHIA JÁ
A saída do senador César Borges do Democratas era uma pedra cantada desde a morte do ex-senador ACM, no último mês de julho.
A dissidência dele com o ex-governador Paulo Souto, hoje, presidente regional do Democratas na Bahia vem desde a primeira eleição de Souto, em 1994, quando César foi relegado a um segundo plano, ainda que vice-governador, no desempenho de um programa chamado "Sertão Forte", quando, a rigor, desejava a Secretaria do Saneamento.
A partir daí, César chegou a viajar para os Estados Unidos desaparecendo do escritório de transição do governo, e nunca mais tiveram boas relações.
Em 1998, com a morte do deputado Luís Eduardo Magalhães, Souto quis se manter no governo (reeleição), mas, o então senador ACM escolheu César para governar a Bahia, o que aconteceu entre 1999/2001.
Em 2002, com a eleição de Souto ao governo e César ao Senado, os dois continuaram no mesmo palanque, porém sem se bicarem. Em 2005, ACM impôs a candidatura de César a prefeito de Salvador e Souto achou uma boa idéia, mas, não fez força alguma para elegê-lo. César perdeu para João Henrique.
Em 2006, Souto disputou com Jaques Wagner (PT) o governo da Bahia e perdeu, ficando sem mandato. César, no entanto, se mantém no Senado, até 2010.
Coma morte de ACM no último dia 27 de julho, César se sentiu livre para fazer o que quisesse na política e assume o comando do PR na Bahia, alinhando-se, assim, com Lula e Wagner.
Nos bastidores do Democratas, o ex-governador Paulo Souto, se sentiu aliviado com a saída de César desde já, uma vez que, melhor agora do que adiante, criando uma situação de instabilidade.
Agora, comentou o assessor próximo a Souto, definiu-se o jogo mais claramente.