Esporte

CAMPEÃ DA EUROCOPA, SELEÇÃO DA ITÁLIA VOLTA AO TOPO DO MUNDO DA BOLA

ZédeJesusBarrêto comenta a raça e o futebol coletivo dos italianos
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 11/07/2021 às 19:19
Jogadores italianos comemoraram a vitória diante Inglaterra nos pênaltis
Foto: Corriere della Sera

  Foi na cobrança de penalidades, mas valeu ! A Itália é a Campeã da Eurocopa, depois de empatar o jogo no tempo normal e na prorrogação (1 x 1 ) contra os ingleses, donos da casa, e vencer na batida dos pênaltis. 

  Brilhou mais uma vez a raça italiana, a entrega, o comprometimento coletivo e o grande goleiro Donnarumma, que pegou duas cobranças. Parabéns Itália !  Depois de ficar de fora da Copa da Russia, os italianos estão de volta às cabeças do futebol europeu e mundial, retomando a tradição e história da velha “Azzura”, que tem quatro títulos de Campeã do Mundo no currículo. 
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   Londres, Wembley !  

   Pingos daquela chuvinha fina. Arquibancadas cheias, ninguém de máscara, um tapete verde o campo de jogo.  A Inglaterra de branco, a Itália “azzurra”.  Arbitragem holandesa. 

  Depois daquela ‘manjada’, colorida e sonora cerimônia de abertura... 

 Bola rolando ...

 Duas escolas, dois estilos de jogo diferentes. Os italianos trabalham mais a bola, ocupam melhor os espaços no meio campo. Os ingleses alongam mais os passes, gostam da velocidade e dos cruzamentos, objetivos. Mal começou, os ingleses esticando os passes pra surpreender, pegar a defensiva italiana desarrumada, e...

 - Gol ! 1 x 0 Inglaterra. Kane espichou do meio campo, longo, pra direita, o cruzamento de Trippier saiu longo e rápido para o lado oposto, cobrindo a zaga azzurra, e o lateral Shaw, livre na quina da pequena área, pegou de prima, de canhota, acertando o canto baixo de Donnarumma, abrindo o placar com dois minutos apenas de partida. 

 Depois do susto, os italianos respiram, tentam por a bola no chão, mas a marcação inglesa é forte, dura a partir do meio campo defensivo. Trinta cravados e a Itália não tinha conseguido penetrar no paredão inglês; muito cerco mas nenhuma finalização.

 - Aos 34’, Chiesa conseguiu boa investida individual, arrancando pelo meio e, na frente da meia lua, bateu seco, rasteiro, raspando o poste do goleiro Pickford, a primeira boa chegada da azzurra.  Mas os súditos da rainha estavam vivos, marcando muito e atacando em estocadas velozes.  Equilíbrio. 
 Os italianos tiveram mais posse de bola, na primeira etapa; os ingleses foram mais verticais e desceram pra merenda com vantagem no placar, 1 x 0. 
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 Os latinos voltaram dos vestiários com vontade, postados na frente, inteiros no ataque, forçando, empurrando, donos da bola. Os súditos da rainha fechadinhos, defendendo-se com fervor e só avançando em contragolpes, raras. O perigo rondando o arco de Pinkford. Aos 16’, o goleirão salvou no rodapé um chute certeiro de Chiesa, em jogada individual. Aos 18’, foi a vez de Donnarumma espalmar uma testada de Stones, escorando escanteio. 

 - Gol ! 1 x 1, aos 21 minutos. O empate italiano aconteceu depois de um escanteio, bate-rebate na área, ninguém resolveu e o zagueirão Bonucci empurrou para as redes, de dentro da pequena área. Justo, pela pressão da azzurra.

  O jovem e rápido Saka no lugar de Trippier, no time de branco, uma tentativa inglesa de voltar a equilibrar o jogo (aos 25’). Mas a Itália continuou no comando das ações, com muito mais posse de bola. Depois dos 35’ os ingleses conseguiram sair um pouco do sufoco.  Chiesa saiu entrou Bernadeschi. Houve uma invasão de campo por um torcedor aloprado. O tempo foi passando ... e mesmo com o acréscimo de 6 minutos concedido pela arbitragem o gol não saiu. 

 Com o empate no tempo normal, mais uma prorrogação de 30 minutos/ dois tempos de 15, para decidir o vencedor e o título.
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 Prorrogação, a terceira da Itália na competição.

  O avante grandalhão Belotti entrou no lugar de Insigne, lesionado, na Azzurra. Henderson no time inglês. Com o cansaço, o ritmo de jogo tornava-se mais lento.  Locatteli substituiu Veratti. Grealish entrou no lugar de Mount, na equipe da casa. 

  Aos 6’, Phillips pegou uma sobra na frente da área italiana e bateu por baixo, assustando. Aos 12’, por pouco a Itália não fez; Pinkford salvou. Meio tempo findo, sem gols. Tudo igual.

   Na virada, aquele esforço final, lá e cá, os goleiros trabalhando. A essa altura estava valendo mais a raça do que a técnica, e o desgaste pesa.  Algumas disputas mais duras, jogo pegado e corrido até o fim, e o gol não saiu...
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  Assim, a decisão do titulo aconteceu, finalmente, nas cobranças de tiros livres diretos da marca do pênalti.  Dois goleiraços em ação: Pinkford e Donnarumma. 
  A Itália venceu, Donnarumma pegou duas cobranças.