Economia

BAHIA REGISTRA 22.749 MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS DURANTE 1 MÊS

Estado registrou 479 novos negócios não MEI em julho de 2025; Salvador tem tempo médio inferior a um dia na abertura de empresa
Apex , Salvador | 22/08/2025 às 11:57
Para Rafael Caribé, CEO da Agilize
Foto: DIV


A Bahia registrou, em julho de 2025, o maior volume de abertura de empresas dos últimos cinco anos: foram 33.741 novos negócios formalizados no mês, entre microempreendedores individuais (MEIs) e empresas fora do regime simplificado. Os dados são do Mapa de Empresas, plataforma mantida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e refletem a evolução do ambiente de negócios no estado.

O crescimento foi puxado principalmente pelos MEIs, que somaram 22.749 registros. No entanto, o destaque proporcional ficou com as empresas fora do MEI, isto é, micro, pequenas, médias e grandes empresas, que alcançaram 479 novos registros, uma alta de 18% em relação ao mesmo mês de 2024. Esse é o maior volume de PMEs registrado em julho desde 2021.

No cenário regional, a Bahia também liderou em número absoluto de novas empresas no Nordeste. Foram 28.395 aberturas no estado em julho, quase o dobro de Pernambuco (12.851) e do Ceará (12.556), que ocupam a segunda e terceira posições. A participação baiana corresponde a mais de 39% de todas as empresas formalizadas na região no mês, confirmando o estado como principal polo de formalização empresarial no Nordeste.

Em Salvador, o cenário aponta para estabilidade e agilidade. A capital baiana formalizou 181 novas PMEs, mantendo o mesmo patamar de 2022 e abaixo do pico de 189 em 2024. Por outro lado, o tempo médio de abertura de empresas caiu para menos de um dia — o mais rápido entre as grandes cidades do estado.

Para Rafael Caribé, CEO da Agilize, Contabilidade baiana que atende empresas de todo o país esse comportamento reforça um amadurecimento do perfil empreendedor na capital. “A estabilidade nas PMEs e a velocidade na abertura mostram que o empreendedor em Salvador está mais consciente do que precisa para crescer com estrutura. Nesse momento, o suporte contábil deixa de ser só burocrático e passa a ser consultivo e estratégico.”

Feira de Santana foi o maior destaque em crescimento. Em dois anos, a cidade saltou de 930 para 1.350 novas empresas ‘não MEI’ em julho — um aumento de 45%. Apenas de 2024 para 2025, a alta foi de 23%. O número de MEIs também cresceu, passando de 721 para 970 no mesmo intervalo.

Vitória da Conquista, por outro lado, apresentou retração: as empresas fora do MEI caíram de 934 em 2023 para 648 em 2025. O número de MEIs também caiu, o que pode indicar um momento de consolidação ou mudança de perfil na base empreendedora local.

Para Caribé, o interior do estado representa hoje um dos principais vetores da formalização estruturada. “A digitalização dos processos e o acesso remoto a contadores tornaram mais fácil sair do MEI e evoluir para uma PME. O que antes era uma barreira técnica virou uma oportunidade de crescimento com o suporte certo.”

Esse avanço das PMEs também se reflete na composição do total de empresas abertas no estado. Em julho de 2021, os negócios fora do MEI representavam apenas 1,1% do total de formalizações na Bahia. Em 2025, esse percentual subiu para 1,4%. Embora a maioria ainda seja de microempreendedores individuais, a ampliação da base de empresas com estrutura mais robusta indica uma transição gradual para modelos com maior potencial de geração de empregos, arrecadação e longevidade.