Economia

SECRETÁRIO DA INDÚSTRIA COMÉRCIO PREVÊ CRESCIMENTO DO POLO CALÇADISTA

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| 22/01/2010 às 17:09
  O pólo calçadista baiano vai crescer em 2010. Quem diz é o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, que participou, em São Paulo, da 37ª edição da Couromoda - a maior feira de calçados e artigos de couro da América Latina. "Realizamos uma excelente rodada de negócios e oito indústrias demonstraram interesse em se instalar na Bahia e, pelo menos, nove companhias do setor já anunciaram expansão das suas atividades no estado: Vulcabras, Azaleia, Ramarim, Free Way, Daiby, Bibi, Calçados Castro Alves, Dal Ponte, Paquetá e Dass", informa Correia. 


Segundo ele, diversas medidas estão sendo adotadas pelo governo estadual para fortalecer a cadeia produtiva do setor. "A Bahia possui hoje cerca de 30 empresas na área de calçados, componentes e artefatos, que empregam quase 30 mil pessoas em mais de 20 municípios. Além de apoiar a atração de novos empreendimentos, vamos em busca da implantação de um grande e moderno curtume. É o que ainda nos falta", afirmou.
 
 INVESTIMENTOS

O Governo da Bahia vai investir este ano cerca R$ 42 milhões para apoiar o desenvolvimento do setor calçadista. "Estamos realizando a cessão de um galpão de 10 mil m2 para a Ramarim, em Jequié, gerando cerca de novos 1.100 empregos diretos. Sem essa ampliação, a Ramarim já injeta, mensalmente, na economia do município cerca de R$ 2 milhões só com salários. É um impacto social enorme", afirma o diretor de Investimentos da Sudic, Luiz Augusto Castro,


Outros destaques, segundo ele, são a duplicação dos galpões da fábrica da Free Way, em Jacobina, que vai criar mais 330 empregos, e a ampliação da Calçados Pegada, em Ruy Barbosa. Além dessas ampliações, o Governo da Bahia vai investir mais R$25,67 milhões para construir novos galpões industriais para a indústria de calçados nas cidades de Sátiro Dias, Jequié, São Sebastião do Passé, entre outras.

Bahia e Brasil crescem


Para o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes e Artefatos da Bahia (Sindcalçados), Haroldo Ferreira,  as perspectivas do setor são otimistas. "A expansão da área calçadista vem ocorrendo no Nordeste, principalmente no Ceará, Paraíba e Bahia, principais estados produtores da região", explicou. Segundo ele, a Bahia contabilizou, em 2009, mais de 35 milhões de pares de calçados produzidos, num valor global de R$ 850 milhões.


O setor produz ainda acessórios, como bolsas, cintos, carteiras e pastas.  "A maior parte dos produtos visa o mercado interno, já que a crise internacional e a queda do dólar tem dificultado as exportações. Na Bahia, por exemplo, em 2009, só 17% do volume de produção foi para o exterior", apontou. Outro problema, segundo o presidente do Sindcalçados, é a concorrência com o calçado chinês. Tanto que a Abicalçados quer prorrogar a taxação destes produtos, atualmente em U$ 12,47 por par.

Azaleia anuncia investimentos de R$ 14,6 milhões


Dificuldades com o mercado externo à parte, o fato é que as empresas calçadistas instaladas na Bahia se preparam para crescer. A Vulcabras/Azaleia, por exemplo - maior calçadista brasileira e maior produtora de artigos esportivos da América Latina, fabricante das marcas Reebok, Olympikus, Vulcabras, Azaleia, Dijean, Funny, OLK e Opanka - planeja para 2010 investimentos de R$ 14,6 milhões nas 19 unidades fabris no estado, sendo R$ 9,6 milhões para ampliação produtiva.  


"A capacidade de produção da empresa na Bahia, que esteve ociosa em boa parte de 2009, voltou a ser plenamente utilizada. Nossa expectativa é fechar 2010 com 18.513 empregados na Bahia, 881 a mais que dezembro de 2009", afirmou o presidente da Vulcabras/Azaleia, Milton Cardoso.


A ampliação trará reflexos bastante positivos nos dez municípios baianos onde a empresa possui fábricas: Itapetinga e Itororó (quatro unidades, cada), Firmino Alves,  Itambé e Macarani (duas, cada), e Ibicuí,  Iguaí, Maiquinique, Itarantim  e Potiraguá (uma fábrica, cada).