Economia

COOPERATIVA DO LIXO DE SALVADOR ENVIA LOTE DE RECICLÁVEIS A EUROPA

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| 03/12/2009 às 15:44
Na década passada, quando o lixão do bairro de Canabrava, em Salvador, entulhava dejetos de várias partes da Região Metropolitana, mais de 700 catadores de lixo, entre adultos e crianças, buscavam naquele local objetos para reciclar e vender ou algo (às vezes até restos de comida) para consumo próprio.

Felizmente, um projeto elaborado pelo Centro de Estudos Socioambientais (Pangea) mudou a vida dessas pessoas. Com financiamento da União Européia, o Pangea criou em 2003 a Cooperativa de Catadores Agentes Ecológicos de Canabrava (Caec). No último mês de novembro, seis anos após sua fundação, a instituição deu início a um processo inédito de comercialização com países europeus.


Em parceria com o Projeto de Apoio à Inserção Internacional de Pequenas e Médias Empresas Brasileiras (PAIIPME), a cooperativa enviou o primeiro lote de materiais recicláveis para a Europa, representando um impacto social positivo, já que o faturamento de 500 famílias de catadores apresentou elevação e estabilidade.

Para que notícias como essa continuem chegando e a Caec continue funcionando a todo vapor, ela conta com o apoio de empresas privadas, que doam seus resíduos recicláveis não contaminantes para serem beneficiados e vendidos para as indústrias de reciclagem. Cientes disso, não poderíamos deixar de contribuir também”, afirma a gerente de Qualidade da Motiva Máquinas, Rosiane Batista.

MEIO AMBIENTE

Para Rosiane Batista, apoiar iniciativas que ajudem a preservar o meio ambiente e a mudar a realidade econômica de centenas de famílias, é papel imprescindível para qualquer grande empresa. “A Motiva está sempre atenta às novas demandas do mercado, mas não deixa de lado sua preocupação social. Preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida de pessoas de baixa renda é um dos compromissos sociais da empresa.

Apoiamos a Caec, porque entendemos que o destino final do lixo que é produzido nas grandes cidades é responsabilidade de toda a sociedade civil”, declara a gerente de qualidade da Motiva, empresa distribuidora das máquinas Volvo e Yale e dos pneus Michelin em seis estados do Nordeste.


A Caec precisa contar com o apoio de empresas como a Motiva para manter suas atividades e integrar mais catadores. Ainda mais agora que, de acordo com o gerente social do Pangea, Paulo Henrique Lomi, a cooperativa passa por um momento delicado, devido aos baixos preços dos recicláveis e a concorrência desigual dos atravessadores. Segundo ele, é importante achar alternativas para resolver este problema, porque o trabalho desenvolvido pelos catadores beneficia a todos. “A preservação do meio ambiente e a possibilidade de inclusão de mais catadores para um trabalho organizado e seguro são pontos fundamentais no trabalho desenvolvido pela Caec”, salienta.