Braskem assinou um contrato de longo prazo com a Sojitz Corporation para o fornecimento de ETBE (Ethyl Tertiary-Butyl Ether), um bioaditivo automotivo. O contrato envolve um volume de 120.000 toneladas ao longo de três anos.

O ETBE é produzido pela mistura de etanol (43%) com isobuteno (57%). No mundo todo, cresce a tendência de usá-lo como substituto do MTBE (Methyl Tertiary-Butyl Ether), um elevador de octanagem na gasolina, devido às suas características ambientais mais favoráveis, e adequadas às exigências normativas atuais, impactando também na redução de CO2.

No Japão, a introdução de combustíveis derivados de biomassa foi estimulada pela assinatura do Protocolo de Kyoto. Começando em 2010, a indústria japonesa de petróleo planeja a colocação de 840.000 m³ de ETBE por ano. Na Europa também, aproximadamente 4 milhões de toneladas de ETBE já estão sendo comercializados anualmente. A Sojitz começará a vender o ETBE a partir de 2009 e sua meta é expandir esses volumes, visando atender os mercados japonês e europeu.

"Acredito que esse acordo com a Sojitz revela a disposição das duas empresas em explorar e desenvolver as novas fronteiras e mercados dos biocombustíveis, utilizando a experiência e conhecimento da Sojitz no mercado asiático", afirma Jorge Augusto Carmelo, responsável pela área de desenvolvimento de negócios da UNIB.

Atualmente, são produzidas, no Pólo de Triunfo, no Rio Grande do Sul, 160 mil toneladas anuais de ETBE. Em 2008, a empresa anunciou o investimento de R$ 100 milhões na unidade de Camaçari, na Bahia, para converter a produção de MTBE em EBTE. Quando o projeto estiver concluído, no segundo semestre deste ano, a Braskem terá capacidade para produzir 330 mil toneladas de ETBE anualmente.

Os Estados Unidos e a Europa eram os principais destinos para onde a Braskem direcionava sua produção de MTBE. "A Braskem, antecipando-se à tendência mundial dos biocombustíveis, que se torna mais relevante a partir do banimento do MTBE do mercado americano, iniciou a conversão das suas Unidades Industriais, em Camaçari, visando poder fornecer ETBE aos mercados europeu e asiático já neste ano", diz Carmelo.

O ETBE tem importantes vantagens ambientais, uma vez que usa etanol, proveniente de cana de açúcar, em sua preparação. Com esse recurso natural renovável, há uma redução de 76% na emissão de CO2 na atmosfera, considerando desde o cultivo da cana até a produção do aditivo.