Dentre os itens abordados pela lei, estão a garantia do alimento em quantidade e qualidade suficientes para a população, o fortalecimento da agricultura familiar, a reforma agrária e demarcação de terras, o acesso à água de qualidade, a alimentação escolar saudável e a geração de trabalho e renda para as comunidades vulneráveis.
Mais de 35% da população do país apresenta algum grau de insegurança alimentar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Bahia, esse índice chega a 50,2%, sendo que 12,3% estão enquadrados em situação grave, o que significa que essa última condição atinge mais de 1,7 milhão de baianos.
Para o representante do Movimento da Organização Comunitária (MOC) e da Articulação do Semi-árido Brasileiro (ASA), Neidson Batista, o governo baiano está mostrando à população que coloca como prioridade a segurança alimentar e dizendo à nação brasileira que quer se integrar ao movimento lançado pelo presidente Lula e pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea).
MARCO HISTÓRICO
"Os atendidos pelo MOC e pela ASA sempre foram os pobres, os excluídos, os marginalizadas. Então, essa lei é um marco histórico e vai abrir portas para que as pessoas tenham acesso à alimentação, à água e à merenda", afirmou Batista.
A Bahia, disse o presidente do Consea, Francisco Menezes, tem uma grande representação no conjunto dos estados brasileiros, "em função dos desafios que precisa enfrentar e da forma como está enfrentando".
Ele explicou que agora começa a mudar o curso de uma situação predominante de desnutrição e extrema pobreza. "Com a nova lei concatenando políticas e articulando governo e sociedade para trabalharem juntos, as possibilidades são muito promissoras", declarou.
Wagner observou que a segurança alimentar é outro item onde a Bahia pontua mal. "Segundo os últimos dados, 50% dos nossos domicílios estão na área de insegurança alimentar e um número significativo na área de insegurança alimentar grave. Por isso, a questão tem que ter uma postura do governo e da sociedade", disse.
O governador lembrou que a lei é apenas um começo para que sejam estabelecidas as regras para garantir a segurança alimentar. "Essa é uma bandeira nossa, porque quem não cuida da alimentação vai ter despesas na área de saúde. Uma criança ou um ser humano bem alimentado tem muito menos propensão de pegar uma doença", afirmou.
Para o secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção, há na Bahia 1,4 milhão de bolsa-família, o que corresponde a quase a metade da população. "Assim, toda a iniciativa que fortaleça o processo produtivo é fundamental e essa lei tem esse intuito: produzir alimentação de qualidade para essas pessoas", ressaltou