Indicativo de paralisação em 19 de maio próximo
Os fazendários ainda vão tentar uma negociação com os representantes do governo (Foto/Arq)
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Reunidos em assembléia no Tropical Hotel da Bahia, os fazendários decidiram dar um prazo ao governo para responder de forma concreta os pontos prioritários da pauta da categoria. Caso até lá não haja respostas satisfatórias, no dia 19 de maio, após a realização de uma nova assembléia, os servidores paralisarão suas atividades.
Os fazendários estão se sentindo desprestigiados pelo governo, mesmo após baterem em quase R$ 400 milhões a meta ideal de arrecadação do 1º trimestre de 2008. O outro sentimento é de decepção, pois a categoria não esperava enfrentar neste governo a postergação das negociações, semelhante ao que ocorria nos governos do PFL. Em especial porque a categoria sabe quanto o Estado tem em caixa.
Segundo o Sindsefaz, em 2007, os servidores do Fisco ajudaram a construir o entendimento para fechar o acordo salarial com privilégio aos que ganhavam abaixo do mínimo. No início deste ano, novamente, a categoria, através do Sindsefaz, foi fundamental para encontrar a solução em torno da questão do abono pecuniário, demovendo da idéia de acabar com o benefício.
Ainda em novembro de 2006, antes mesmo de Wagner assumir, os fazendários não embarcaram na aventureira e oportunista proposta de greve geral na Fazenda, feita com o simples intuito de prejudicar o início do governo. Portanto, a categoria deu vários sinais de maturidade e responsabilidade política. Mas parece estar faltando o mesmo do lado da Sefaz, que não entende a importância de diminuir o clima de ansiedade na Fazenda. Situação que seria facilmente alcançada na medida em que se apontasse perspectivas concretas em torno dos pleitos, passando a cumprir o que determina o SENP.
PACIÊNCIA TEM LIMITE
Hoje existem 400 fazendários que há anos estão em condição de se aposentar, sem poder fazê-lo para não perderem 46% da renda. Mas o governo parece achar que estes colegas devem continuar esperando 2009, 2010 e sabe-se lá quantos anos mais para começarem a gozar seu justo direito.
Assim como parece querer postergar a imperiosa necessidade de reestruturação da carreira do Fisco. Ou, ignorar que não existe cerca de 100 colegas estornando salário, ou não cumprir decisão judicial transitado em julgado (15% da CET) favorável aos aposentados. Ou, ainda, permitir que o Técnico Administrativo continue sem uma carreira que dignifique sua função na Fazenda.
E, por fim, não estabelecer um cronograma de recuperação das históricas perdas salariais dos fazendários. Durou exatos 1 ano, 3 meses e 17 dias a tentativa de resolver os pleitos priorizando as negociações. Agora, com a palavra o governo.