Direito

CANDIDATOS DE VÁRIAS PARTES DO BRASIL DISPUTAM VAGA DE PROMOTOR NO MP

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| 13/09/2010 às 16:58
Confiando no conhecimento adquirido após muito estudo ou simplesmente apostando na sorte, manifestando tensão ou tranquilidade, brasileiros de diversos cantos do país reuniram-se em plena tarde de domingo em Salvador com um objetivo único: tornar-se promotor de Justiça. Eles participaram da primeira prova do 'Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Estado da Bahia', que oferece 50 vagas iniciais de promotor de Justiça substituto, aplicada ontem (dia 12), das 13h às 18h, no Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), na Paralela. Anna Gesteira, 27 anos, foi uma dos 2.207 candidatos que participaram desta que é apenas a primeira fase do concurso: a prova preambular.
 
Ela veio de Sorocaba, no interior de São Paulo, para realizar um sonho que começou na infância, mais precisamente na 7ª série, quando assistiu uma aula ministrada por um promotor de Justiça e decidiu por aquela carreira. Formada há três anos e meio ela afirmou que, além de realizar o sonho profissional, quer morar na Bahia para ficar mais próxima da família da mãe.

"A função do Ministério Público é muito nobre e bonita, além do salário ser atrativo", afirmou o também paulista Leandro Silva. Ressalvando que ainda não decidiu pela carreira no parquet ou na magistratura, e que vem realizando concursos tanto para promotor de Justiça quanto para juiz, ele observou que "o trabalho do promotor é diferente daquele desempenhado por um juiz, é mais pró-ativo. Um promotor de Justiça deve ser dinâmico e estar motivado para correr atrás desse objetivo tão importante de buscar o bem estar e promover a justiça social".

Já a mineira Flávia Marchetti, que é analista do Ministério Público em Belo Horizonte, tem certeza do que quer: continuar no MP, só que, agora, como promotora de Justiça. Uma das primeiras a sair, por volta das 16h, ela afirmou que a prova, apesar de conter muitas questões específicas do Estado da Bahia, estava "gostosa de responder". Também na opinião de Antônio Carlos Borges, de Juazeiro (Bahia), e do defensor público no Espírito Santo, Frederico Ivens, a prova estava tranquila, porém a prova de Direito Penal foi a mais difícil. Já Daniela Damasceno, de Maceió, discordou. Para ela, a prova de Direito Penal foi fácil, mas a de Direitos Difusos mais complicada. Se alcançarem êxito nesta etapa, os candidatos aprovados ainda terão mais três fases a vencer: a das provas discursivas, a prova oral e a análise e valoração de títulos. A próxima prova discursiva, do Grupo de Conteúdos I (Direito Constitucional, Direito Administrativo e Direito Eleitoral), será realizada em 16 de outubro próximo.

Dos 2.672 candidatos habilitados para a prova preambular, 465 faltaram à realização da prova ontem. Mas, mesmo com a grande quantidade de candidatos que compareceram, esta primeira etapa do concurso foi tranquila, na avaliação do secretário da Comissão do Concurso, promotor de Justiça Antônio Ferreira Villas Boas, que coordenou a realização do certame. "As nossas expectativas foram atendidas. Não tivemos problemas com os candidatos, não houve atrasos, os candidatos com deficiência tiveram seus pleitos atendidos, e a equipe de trabalho teve o treinamento preliminar necessário", avaliou ele, ressaltando o trabalho conjunto e a parceria profícua com a Fundação Escola Superior do Ministério Público (Fesmip), o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) e a Fundação Cefet.

"É com enorme satisfação que concretizamos mais uma importante expectativa da classe ao realizar hoje o concurso para ingresso na carreira do Ministério Público. Antes mesmo de completar seis meses de exercício, realizamos a primeira prova do concurso que permitirá melhorar significativamente o atendimento às comarcas do interior, suavizando um pouco o enorme esforço que os abnegados colegas das mais diversas regiões do Estado têm empreendido ao se desdobrar para atender inúmeras comarcas em regime de substituição", salientou o procurador-geral de Justiça Wellington César Lima e Silva, que acompanhou toda a realização do concurso junto com a Comissão do Concurso, presidida por ele e que esteve representada também pelo procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos, Rômulo Moreira, e pelos promotores de Justiça Adalvo Dourado, Hortênsia Pinho, Karina Cherubini e Júlio Travessa, membros da comissão, e pelo promotor de Justiça Luís Cláudio Cunha Nogueira. "Pretendemos que o certame prossiga na mais absoluta normalidade, como foi nessa primeira fase, e que o seu andamento se dê em ritmo acelerado, a fim de que possamos, o quanto antes, incorporar o contingente dos candidatos aprovados aos quadros do Ministério Público baiano", concluiu o PGJ. Trabalharam nesta primeira etapa do concurso 170 funcionários, além dos representantes da Fundação Cefet (Antônio Carlos Scardino Faria, Maurício Mascarenhas e Josenice Gusmão) e de uma equipe médica da Vitalmed.