Ainda segundo a PF, a prisão de Eliana foi baseada em pedido emitido pela 2ª Vara Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo. Não há informações se a empresária será levada para a sede da PF, na Lapa, Zona Oeste, onde geralmente os suspeitos são interrogados e presos. A PF não soube explicar o motivo de Eliana estar detida no Carandiru.
Eliana já havia sido detida em julho de 2005 durante a Operação Narciso, contra sonegação fiscal. Na ocasião, o irmão dela também ficou detido. A dona da Daslu foi levada na época para a sede da Polícia Federal, na Zona Oeste de São Paulo, e acabou liberada depois de algumas horas após prestar depoimento.
Em abril do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) em Guarulhos (SP) apresentou à 2ª Vara Federal do município as alegações finais no processo que apurou o suposto esquema de importações fraudulentas. No documento, os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Luciana Sperb Duarte pedem as condenações da dona da butique Daslu, Eliana Tranchesi, de seu irmão, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, do diretor financeiro da empresa e de cinco donos de quatro importadoras envolvidas no esquema.
Outro lado
A advogada Joyce Rosen, que defende a proprietária da Daslu, disse que a prisão é "absurda" e que a sentença que embasou o mandado foi dada "na calada da noite". A advogada informou que está preparando um pedido de revogação da prisão e um habeas corpus. O G1 procurou a Justiça Federal para saber informações sobre uma eventual condenação de Eliana e aguarda resposta.
Ela contou que Eliana foi detida pela Polícia Federal em casa por volta das 6h desta quinta. No mandado de prisão preventiva, segundo a advogada, havia apenas menção a uma decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos sobre o processo referente à Operação Narciso, mas a sentença não estava anexada.
"É uma prisão preventiva de um processo que já tem quatro anos e a juíza ficou um ano para sentenciar (...) Ela está doente, no meio de um tratamento quimioterápico. Foi absurdamente presa dentro de casa, às 6h. Estamos acompanhando [o processo] diariamente. O fórum fecha às 19h, acompanhamos o fechamento e mais uma vez a sentença foi dada na calada da noite para que às 6h tivesse alguém na porta dela", afirmou.