Direito

POLÍCIA FEDERAL PRENDE EM SÃO PAULO DONA DA DASLU PELA SEGUNDA VEZ

Vide
| 26/03/2009 às 11:19
Eliana Tranchesi é presa novamente e advogada protesta
Foto: Foto: Arquivo
A empresária Eliana Tranchesi, uma das proprietárias da Daslu, loja de artigos de luxo em São Paulo, foi presa na manhã desta quinta-feira (26) pela Polícia Federal suspeita de cometer crimes financeiros. De acordo com a PF, Eliana foi detida por conta dos desdobramentos da Operação Narciso, iniciada em 2005 e que visa combater suspeitas de sonegação fiscal. É a segunda prisão da empresária na mesma ação policial.

De acordo com a PF, a empresária foi detida em sua residência, na capital paulista, e levada provisoriamente para a penitenciária feminina do Carandiru, na Zona Norte.

Ainda segundo a PF, a prisão de Eliana foi baseada em pedido emitido pela 2ª Vara Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo. Não há informações se a empresária será levada para a sede da PF, na Lapa, Zona Oeste, onde geralmente os suspeitos são interrogados e presos. A PF não soube explicar o motivo de Eliana estar detida no Carandiru.


Eliana já havia sido detida em julho de 2005 durante a Operação Narciso, contra sonegação fiscal. Na ocasião, o irmão dela também ficou detido. A dona da Daslu foi levada na época para a sede da Polícia Federal, na Zona Oeste de São Paulo, e acabou liberada depois de algumas horas após prestar depoimento.


DOCUMENTO

Em abril do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) em Guarulhos (SP) apresentou à 2ª Vara Federal do município as alegações finais no processo que apurou o suposto esquema de importações fraudulentas. No documento, os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Luciana Sperb Duarte pedem as condenações da dona da butique Daslu, Eliana Tranchesi, de seu irmão, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, do diretor financeiro da empresa e de cinco donos de quatro importadoras envolvidas no esquema.


Outro lado
 

A advogada Joyce Rosen, que defende a proprietária da Daslu, disse que a prisão é "absurda" e que a sentença que embasou o mandado foi dada "na calada da noite". A advogada informou que está preparando um pedido de revogação da prisão e um habeas corpus. O G1 procurou a Justiça Federal para saber informações sobre uma eventual condenação de Eliana e aguarda resposta.

Ela contou que Eliana foi detida pela Polícia Federal em casa por volta das 6h desta quinta. No mandado de prisão preventiva, segundo a advogada, havia apenas menção a uma decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos sobre o processo referente à Operação Narciso, mas a sentença não estava anexada.

"É uma prisão preventiva de um processo que já tem quatro anos e a juíza ficou um ano para sentenciar (...) Ela está doente, no meio de um tratamento quimioterápico. Foi absurdamente presa dentro de casa, às 6h. Estamos acompanhando [o processo] diariamente. O fórum fecha às 19h, acompanhamos o fechamento e mais uma vez a sentença foi dada na calada da noite para que às 6h tivesse alguém na porta dela", afirmou.