Direito

SACOLAS DE SUPERMERCADOS DA BAHIA NÃO PASSAM EM TESTE DA ABNT

É o que dizem
| 20/08/2008 às 18:03
De 100 sacolas testadas nenhuma delas passou no teste. Consumidor fica com o mico (F/Arq)
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Acatando sugestão das coordenadoras dos Centros de Apoio Operacionais às Promotorias de Justiça do Consumidor (Ceacon) e de Defesa do Meio Ambiente (Ceama), respectivamente, Railda Suzart e Ana Luzia Santana, em reunião realizada na manhã de hoje, dia 20, no Ministério Público estadual, os representantes das redes de supermercados Hiperideal e Gbarbosa e da Associação Baiana de Supermercados (Abase) comprometeram-se em estudar propostas para a melhoria da qualidade das sacolas plásticas descartáveis utilizadas no empacotamento de mercadorias, bem como para a redução gradativa do seu uso.

  Lamentando a ausência de representantes das redes Bompreço, Extra e Mercantil Rodrigues, que não encaminharam justificativas para o não-comparecimento à reunião, Ana Luzia ressaltou a necessidade da conjugação de esforços para coibir o uso indiscriminado das sacolas plásticas, cujo descarte inadequado vem trazendo vários prejuízos ao meio ambiente.


  Railda Suzart e Ana Luzia chamaram atenção para o fato de que os consumidores têm sido obrigados a transportar os produtos em mais sacolas plásticas devido à sua fragilidade e facilidade de rompimento, fazendo com que haja uma grande quantidade de sacolas plásticas nas ruas, penduradas em árvores, entupindo bueiros, caindo em rios e mares, causando danos à fauna aquática e morte de tartarugas e golfinhos por ingestão do plástico.

  SACOLAS DE
  PÉSSIMA
  QUALIDADE

  O representante da Coordenação de Defesa do Consumidor (Codecon), Magide Jarallah Nunes, informou que foi feita uma pesquisa com 100 sacolas plásticas de cada supermercado e que nenhuma delas conseguiu passar no teste da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) quanto aos padrões de qualidade e resistência.
 
  Frisando que os problemas com as sacolas plásticas descartáveis estão ocorrendo no Brasil inteiro, o representante da Abase, João Cláudio Andrade Nunes, adiantou que o órgão tem adotado providências a fim de que a ABNT possa certificar indústrias que produzam sacolas dentro dos padrões exigidos.


  A engenheira sanitarista do MP, Cristiane Tosta, fez uma exposição ressaltando que, por ser produto inorgânico derivado do petróleo, a sacola plástica demora mais de 100 anos para se decompor, sendo o seu descarte inadequado prejudicial ao meio ambiente.

  Confirmando sua utilização indiscriminada, ela referiu-se a uma pesquisa que revelou que são distribuídos cerca de 66 sacos por mês a cada brasileiro, informando sobre legislações em vigor em Florianópolis e Belo Horizonte que dispõem sobre a substituição gradativa de sacolas plásticas por sacolas ecológicas em estabelecimentos públicos e privados.

  Ana Luzia adiantou que continuará a implementar gestões junto aos novos vereadores que serão eleitos visando a aprovação de uma lei municipal para redução do uso das sacolas plásticas descartáveis em Salvador, além de sugerir aos representantes dos supermercados a utilização de sacolas retornáveis, feitas de tecido, de fibra natural ou de materiais recicláveis.