Direito

PRESIDENTE DO TCE ADMITE QUE FEZ LOBBY, APENAS UM PEDIDO PARA UM AMIGO

O presidente disse que a prisão doeu sua alma
| 26/11/2007 às 19:09

  Em entrevista na Rádio Metrópole e na coletiva a imprensa o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Antonio Honorato, um dos 16 presos pela Polícia Federal e liberado no domingo, após prestar depoimento em Brasília, admitiu, nesta segunda-feira, 26, ter ajudado um amigo no ano passado a receber uma fatura de serviço feito para a Secretaria da Saúde.

   Esse amigo, que identificou apenas com o pré-nome de "Galdino", é sócio de Clemilton Andrade, um dos integrantes do chamado G8, grupo de empresários investigado na Operação Octopus que participaria do esquema de fraudar licitações na Bahia há mais de dez anos.



  Conforme Honorato, "Galdino" pediu que ele ligasse para a Secretaria da Saúde em meados de 2006, porque o estado estava lhe devendo havia três meses e sabia que outros empresários estavam recebendo as faturas. "Então eu liguei primeiro para a Secretaria da Saúde que me mandou ligar para o secretário da Fazenda, pois dependia da liberação dele". Esse foi um dos "esclarecimentos" dados por Honorato na PF de Brasília.


  O outro, relacionou-se a uma conversa telefônica dele com o ex-deputado estadual Cleraldo Andrade, também amigo do conselheiro do TCE. Nesse caso, Honorato fala sobre a doação de R$ 5 mil feita por Cleraldo para a campanha do filho do conselheiro, "Adolfinho" candidato derrotado a deputado estadual no ano passado.
 
  "A doação está registrada nas contas da campanha, tudo foi feito de forma legal", disse. Cleraldo é irmão de Clemilton Andrade. Honorato não vê nenhuma ligação entre os dois episódios apesar dos amigos terem ligação com um dos investigados.