Direito

MP QUER QUEBRAR SIGILO BANCÁRIO E TELEFÔNICO DA JUIZA OLGA REGINA

A decisão será tomada hoje pelo TJ
| 11/09/2007 às 14:59
A juiza Olga Regina está sendo acusada de colaborar com o narcotráfico (Foto:G1)
Foto:
   O Ministério Público vai acompanhar o inquérito aberto na Justiça para investigar a ligação entre a juíza Olga Regina Guimarães e o traficante colombiano Gustavo Duran Bautista. Os promotores querem a quebra do sigilo bancário e telefônico de Olga e do marido dela, Balduíno Santana.
 

  A Polícia Federal gravou conversas entre a juíza Olga Regina Guimarães, o marido dela e o traficante Gustavo Duran Bautista, acusado de enviar meia tonelada de cocaína para a Europa. 


  Olga já é alvo de um inquérito criminal na Justiça. Nesta terça-feira (11), deve ser publicada no "Diário do Poder Judiciário" a abertura de um inquérito administrativo, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal da Justiça. Se for comprovado o elo entre ela e o colombiano, Olga pode receber punições como advertência ou aposentadoria compulsória.


 PROMOÇÃO


  Apesar das investigações, a juíza assumiu um novo cargo na segunda-feira (10). Ela fez parte de um grupo de 50 magistrados transferidos para Salvador e promovidos por antigüidade ou merecimento. No caso de Olga, foi por antigüidade.


  Na cerimônia, a juíza disse que não tem ligação com o traficante. O advogado dela, Maurício Vasconcelos, deve se pronunciar depois que tiver acesso ao teor das denúncias contra Olga. "A juíza foi atingida em sua honra. Ninguém tem nada a dizer contra a conduta dela", falou ao G1. "O que Olga assegura com veemência é que ela jamais praticou qualquer ato de indignidade como mulher ou como magistrada."


  INVESTIGAÇÃO


  Na semana passada, o TJ da Bahia abriu um inquérito criminal para investigar ligações entre a juíza e o traficante colombiano.


  Em 2001, a polícia encontrou cocaína em caixas de frutas com fundo falso em uma fazenda de Gustavo Duran. A juíza Olga Guimarães, que na época era titular em Juazeiro, absolveu o traficante.


  LIGAÇÕES GRAVADAS


  A Polícia Federal gravou telefonemas da juíza e do colombiano. Em um deles, Olga Guimarães diz que foi à PF e estava tudo certo com as fichas de antecedentes do traficante. Ele responde: "Tá bom, doutora. Amanhã vou colocar aquele negócio que o senhor Balduíno me falou".


 Balduíno Santana é o marido da juíza. Em outro telefonema, ele reclama que não caiu nenhum dinheiro na sua conta. E o traficante se compromete a depositar na manhã seguinte.


Em outra ligação, o traficante informa a Balduíno que só depositou R$ 14.800, porque estava apertado. O marido da juíza agradece.