Cultura

OS DESAFIOS SOCIOCULTURAIS DAS ACADEMIAS DE LETRAS, p LILIANA PEIXINHO

Liliana Peixinho éJornalista, ativista humanitária. Especialização em Jornalismo Científico, Cultura e Meio Ambiente. Escreve sobre o papel das Academias de Letras e desafios sobre o valor cultural da leitura e interpretação
Liliana Peixinho ,  Salvador | 04/09/2025 às 19:26
Aleilton Fonseca, presidente da ALB
Foto: DIV


O atual presidente da Academia de Letras da Bahia, Aleilton Fonseca e membro de redes como a RICA- Rede de Integração Cooperativa das Academias, fala sobre o papel das Redes de Articulação e Mobilização no apoio às Academias de Letras da Bahia, em ações como feiras literárias e o fortalecimento da imagem das instituições.

Por: Liliana Peixinho

1 - Liliana Peixinho
Como presidente da ALB - Academia de Letras da Bahia, membro da rede RICA - Rede de Integração Cooperativa das Academias, ELBA e parceiro da FPC- Fundação Pedro Calmon, qual a contribuição de eventos como o Colóquio Estadual das Academias e de Letras da Bahia, iniciado em outubro de 2023 ?


1- Aleilton Fonseca -

O I Colóquio das Academias foi um momento de encontro, troca de ideias e experiências e reflexão acerca das ações e das potencialidades das agremiações literárias para a promoção de atividades literárias em seus territórios, e a publicação de suas revistas. As Academias podem ser excelentes parceiras na execução de políticas públicas de difusão do livro, promoção da literatura baiana e formação de leitores.

2- LP-
Dentro da proposta da FPC, de conexão entre agentes culturais e valorização da identidade territorial, e como representante da Academia de Letras da Bahia, como observa as grades de programação das Feiras Literárias dos municípios baianos?


2- AF -
As programações demonstram uma crescente participação das expressões culturais do respectivo território, através de temas, questões, representantes de segmentos locais e, sobretudo, com a maior participação dos artistas, escritores e o público leitor local.


3- LP
Com seleção em edital da Fundação Pedro Calmon e estruturas do governo, como observa iniciativas das Academias para mapear e conectar agentes, instituições e ações nas áreas do livro, leitura, bibliotecas, arquivos e memórias nos territórios culturais da Bahia?


3- AF
As Academias estão se envolvendo cada vez mais nestas atividades, sobretudo concorrendo nos editais de feiras literárias, e incentivando seus membros a se atualizar e participar.

4 - LP-
Que propostas, iniciativas, projetos a ALB, a RICA e ELBA (Espaço de Interlocução e diálogos com as Academias) apresentam para a construção de políticas públicas mais eficazes, descentralizadas e conectadas com os territórios,
expressões culturais do território, através de temas, questões, representações de segmentos locais e, sobretudo, com a maior participação dos artistas, escritores e o público leitor local?

4- AF -
As políticas culturais podem ser ampliadas com mais apoio às bibliotecas, criando atividades de leitura, sobretudo ampliando e atualizando os acervos de literatura baiana e a apoio à criação de clubes de leitura.


5- LP
A ALB, RICA/ELBA e FPC têm ações de mapeamento, identificação e valorização de acervos e histórias locais?


5 - AF.
Sim, pesquisas e levantamentos vêm sendo feitos, arcevos vêm sendo constituídos, organizados, restaurados, de modo a preservar a memória e conservar os documentos e o patrimônio. Há muito a se fazer nessa área de ação.

6- LP
Que projetos a ALB /RICA/ELBA/FPC desenvolvem, ou planejam desenvolver, para o fortalecimento da gestão documental memorial das academias no interior do estado?

6- AF
.Estão sendo feitos alguns projetos de restauração de ambientes culturais, assim como a organização se documentos de acervos, o que é urgente ampliar para proteger a memória e os arquivos.


7- LP
Que Academias tem se destacado para cumprir os objetivos do programa "Bahia Literária" ?

7-AF
A Academia de Letras da Bahia desenvolve um projeto de restauro do seu ambiente e também um projeto de catalogação de documentos do acervo, além da ampliação e conservação do acervo bibliográfico.

8- Que informações dispõem sobre municípios baianos que se destacam no cumprimento dos objetivos do Programa do Governo do Estado para fortalecer a Cultura e Educação através do valor da leitura, da escrita e da cadeia produtiva do livro ?

8.AF
Há um esforço nessa direção, mas não tenho iinformações mais gerais. Mas, posso citar Cachoeira, Lençóis, Ilhéus, Feira de Santana, Salvador, como cidades em que Fundações culturais e/ou universidades demonstram atenção a essas questões da preservação da memória, promoção do livro etc

9- LP
Que caminhos as Academias devem trilhar para democratizar o acesso à leitura; estimular a economia criativa e
valorizar a identidade cultural de cada território?

9 AF.
As Academias podem buscar parcerias com órgãos governamentais para implementar projetos na sua área de interesse, ou seja, a literatura, as artes, o pensamento, atuando na formação de acervos, na pesquisa local, na formação de públicos e de leitores, agindo na sociedade civil, nas escolas, nos territórios, como um parceiro importante.

10-.LP
Um breve perfil

10- AF
Nasci em Firmino Alves-Bahia, ano de 1959. Cresci em Ilhéus e resido em Salvador. Escrevo ficção, poesia e ensaios. Fui coeditor de Iararana – Revista de arte, crítica e literatura (Salvador, 1998-2007). Doutor em Letras (USP). Professor pleno aposentado da Universidade Estadual de Feira de Santana. Publiquei cerca de 40 livros, sendo os mais recentes: O desterro dos mortos (contos), A terra em pandemia_(poema), _Sonhos de viver_ (contos) e _O sorriso da estrela_ (conto, ilustrado). Pertenço à Academia de Letras de Ilhéus, à Academia de Letras de Itabuna e à Academia de Letras da Bahia, sendo seu atual presidente.