Cultura

DIMITRI GANZELEVITCH AUTOGRAFA "MINHA VIDA DE JASMIN", CRÔNICAS DE SSA

Aconteceu no Solar Santo Antônio no Centro Histórico de Salvador
Tasso Franco , da redação em Salvador | 26/07/2025 às 19:47
Dimitri autografa "Minha Vida de Jasmin"
Foto: BJÁ
  Foi lançado hoje à tarde no Solar Santo Antônio o livro “Minha Vida de Jasmim” coletânea de crônicas de Dimitri Ganzelevitch, pela Editora Azeviche. Integrou o evento a aprensentação teatral dirigida pelo cineasta Bernard Attal e protagonizado pelos artistas Rita Rocha, Igor Epifânio e Marcelo Flores, que narra a vida do autor na África e na Bahia. 

   Um espetáculo que emocionou a platéia sobretudo quando foi narrado o porque do africano vir morar na cidade do Salvador, isso graças a um disco de Dorival Caymmi em que canta "Maracangalha". Quando um dos atores descreceu o plantio do jasmin no quintal do casarão e como a árvore cresceu e se enramou pelo telhado, a emoção foi grande tanto para quem assistia o espetáculo como para Dimitri.

   Sobre o livro diz Dimitri: “Essas crônicas têm um pouquinho de tudo, porque o ecletismo é uma característica minha. Sou eclético na culinária, na leitura, nos amigos… moro no Santo Antônio Além do Carmo, que é um bairro eclético, e vivi em diferentes países. Isso, então, se reflete no que eu escrevo. Mas não tenho pretensões literárias. Não sou nenhum Fernando Sabino, que admiro muito”, comenta o cronista.

Portanto, o leitor pode se preparar para ler sobre os mais diversos assuntos: há lembranças do tempo em que era criança, como na crônica “Minhas Infâncias” - que mistura ficção e realidade - ou memórias relacionadas a espetáculos teatrais, como faz em “Um Domingo de Tarde em Casablanca”, em que lembra do impacto que teve ao assistir a uma montagem da companhia Katherine Dunham Company, ainda aos 13 anos de idade.

No livro, Dimitri fala também de pessoas que encontrou, como a fadista Amália Rodrigues, o pianista russo Igor Stravinsky, o presidente Juscelino Kubitschek, as sultanas otomanas e o maestro Yehudi Menuhin.

E, embora não tenha o português como língua materna, Dimitri impressiona pela fluência do texto e pela leveza como escreve. “Sempre li muito em várias línguas, inclusive em português, autores como Eça de Queiroz e Machado de Assis, gosto muito deles. E curto o desafio de escrever em uma língua que não domino completamente. Português é uma língua belíssima! Às vezes, descubro uma palavra e digo: tenho que usar isso”, ri o autor.

QUEM É DIMITRI GANZELEVITCH

Nascido em Rabat, no Marrocos, Dimitri passou por França, Inglaterra, Espanha e até ir para Portugal. Quando aconteceu a Revolução dos Cravos, em 1974, ele resolveu mudar-se para Salvador, onde já havia estado por algumas vezes e convivido com artistas como Jorge Amado e Carybé. Em Salvador, começou a atuar como galerista, investindo em artistas iniciantes na época, como Bel Borba, Vauluizo Bezerra e Reinaldo Eckenberger.

Nas décadas seguintes, firmou-se como galerista e também foi um agitador cultural, usando o Solar Santo Antônio para muitos encontros entre artistas e intelectuais. A casa foi frequentada por gente como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Regina Casé e o imóvel tinha até um palco no jardim, onde promovia espetáculos e saraus. Até como ator já se arriscou, em filmes dos diretores Bernard Attal e Claudio Marques, além de ter feito teatro de rua com Ray Alves.