San Francisco de Campeche foi durante boa parte de sua existência européia, a partir do século XVI, 1517, uma localidade mal assombrada.
                            
                              
                                Dom Franquito                                , SALVADOR                                |
                                29/01/2021 às 09:51
                                
                             
              
                            
                               
                                Pulpo a la diabla
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                            Dom Franquito publica a 46ª crônica do seu livro "Mais 96 restaurantes ao redor do mundo" hablando do pulplo a diabla, Médico. Crônica original de 2014.
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 Faz grande sucesso no cinema e na TV a série com John Deep (capitão Jack Saparrow) e Geoffrey Dusk  (o pirata-mor capitão Hector Barbossa) sobre a série "Os Piratas do Caribe". Claro que, no cinema, há muita fantasia, personagens inimagináveis na vida real, porém, alguns deles parecidos com lendas que habitaram aqueles mares nos séculos XVI e XVII.
   Essas lembranças ainda existem no imaginário das populações de Escárega, Carmen e Campeche, esta última a capital do Estado do mesmo nome na Peninsula de Yucatán, México.
   Na vida real, o mais famoso desses piratas foi o inglês Francis Drake, a serviço da rainha Elizaberth I, o qual com o apoio do capturado piloto português Nuno da Silva chegou ao vice-reinado espanhol no Caribe e saqueou as riquezas da coroa de Felipe II, no século XVI. Outro lendário pirata foi Edward Teach, o barba negra, asssustador até os dias atuais com suas atrocidades.
   San Francisco de Campeche foi durante boa parte de sua existência européia, a partir do século XVI, 1517, uma localidade malassombrada. No original dos maias Kaan (serpente) e Peech (carrapatos) = a ninho de serpentes ou de carrapatos tem 5000 anos de história com sitios arqueológicos em suas cercanias - Edzná, Uxmal, Calakmul - batizada como Campeche de Baranda por um decreto expedido em 16 de outubro de 1892. 
   A cidade é murada e encantadora. Parece um pouco com Cartagena das Índias, na Colômica. É, no entanto, mais bucólica, provinciana. A noite, então, andar por suas ruas estreitas no centro pode-se deparar com "piratas". 
  Há bares e restaurantes temáticos enfeitados com figuras de piratas, espadas, arcabuzes e esqueletos. Os turistas adoram essas imagens. É diferente de tudo o que você vê, normalmente. Passear nas proximidades da igreja de Nossa Senhora Del Carmen ou nas muralhas do São Francisco tem-se a impressão de presenciar o século XVII.
   A cidade é de uma paz celestial. As senhoras ficam sentadas nas calçadas das casas, às noites, prosando e você pode conversar com elas. Entrar em suas residências, fazer fotos. Nunca vi nada tão intimista. Ao contrário do tempo da pirataria, ninguém furta nada salvo algum turista descuidista.
   Voltando a história lembrada por uma dessas senhoras, a primeira expedição dos espanhóis, que tocou a costa de Campeche foi comandada por Francisco Hernández de Córdoba em 1517.
   A crônica de Bernal Diaz del Castillo relata que alguns dias depois avistaram uma aldeia na costa, desembarcaram cautelosamente e descobriram a "Can Pech". Isto ocorreu no domingo 22 março de 1517. Necessitados de água, os espanhóis desembarcaram usando botes. Aproximando-se dos Maias, os galegos indicaram sinais de que chegaram em paz, o chefe da expedição foi questionado se eles vieram do sol nascente, mencionando a palavra "Castilan". 
   Depois retornaram e conquistar a Península após a btalha final com os maias em Chakan Putum.
    É muita história nesta cidade que se diz o lugar onde vive Deus, Patrimônio Cultura da Humanidade, porto importante no Sul do México, estado produtor de petróleo e exportador de cera e mel. 
   Depois de um giro noturno pela calle 59 (todas as ruas são identificadas por números) paramos, yo e lá señora Bião de Jesus no Marganzo Restaurante, na calle 8, nas proximidades do Baluarte de Nossa Senhora da Soledade e como não poderia deixar de ser, quase a beira mar, optamos por degustar frutos do mar.
   De entrada, não escapamops dos nacos com creme de alho. Malditos! Estão por toda parte. A marguerita da casa ficava a desejar.
   De principal, yo me deliciei com camarões a la diabla, al gusto y a la plancha, al molho de alho com pimentas vermelhas, tomate colar e salsa; e a madame serviu-se de um pulpo al gusto en su tinta, embiscochado, a la veracruz. Como aprecia um polvo essa madame!. Em todos sus gustos!
  Não é à toa quje o Marganzo é conhecido como el sabor especial de Campeche com sua comida tipíca regional.
  O camarão a la diablra é popular no México em Jalisco e nas zona praieiras. Diz-se que é la diabla porque tem sabor apimentado, da esposa do demo, e saboroso ao gosto ta tal. Yo não me incomodei com isso e os saboreei à vontade, sem medo de cometer pecados, e sem vender minha alma a diabla. A señora Bião, aussi.
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Marganzo Restaurante
Calle 8 frente a la Puerta de Mar
Campeche, México
Reservaciones (981) 811-3998
infor@marganzo.com
www.marganzo.com
Camarão a la diabla 232 pesos (R$35,00)
Pulpo ao gusto 150 pesos (R$25,00)
Cotação do BJÁ: 2 Dons
***Crônica de maio de 2014