Galeria Paulo Darzé
CP , Salvador |
27/06/2017 às 18:36
LUZ E SOMBRA
Foto: Christian Cravo
Dia 6 de julho, com lançamento de livro e exposição de 28 fotos, das 19 às 21 horas, na Paulo Darzé Galeria (até 5 de agosto) Christian Cravo, sob o título Luz e Sombra apresenta trabalhos realizadas entre 2010 a 2016, quando percorreu a Tanzânia, o Congo, Uganda, Namíbia, Zaire, entre outros lugares, fotografando uma parte da África e dando seguimento a trabalhos que quase sempre enfocam as relações humanas e desafios estéticos, em seus retratos e paisagens, como anteriormente realizado no Haiti, na Bahia, em Mariana (Minas Gerais).
Para Ligia Canongia, no texto que acompanha o livro, as fotos de Christian Cravo foram “concebidas como puras formas de “luz e sombra”, as fotografias da África surgem como fantasias luminescentes, que parecem desmaterializar a natureza, desestabilizar a percepção e cativar nossa imaginação para um mundo fronteiriço ao real.
O uso do preto de branco nessa obra, como de resto na maioria do trabalho de Christian Cravo, corrobora o estatuto desencarnado da fotografia, que não é mais do que um traço de seu sujeito ou objeto de referência, sinaliza a “irrealidade” da imagem, posta em contradição com o cromatismo empírico, perturbando, assim, a ordem pragmática das coisas do mundo.
Paisagens e corpos capturados na desmedida da ficção, sobreviventes virtuais de um real inacessível, as fotografias de Christian Cravo da série africana são pedaços indistintos de um universo desfigurado e absurdo, que não se reconhecem na objetividade do senso comum, habitando espaços e tempos que só existem no nível da linguagem e na excentricidade de seu olhar”.
Christian Cravo é hoje um dos mais importantes nomes da fotografia contemporânea brasileira, tendo recebido os mais prestigiosos prêmios internacionais de arte, como Mother Jones International Fund for Documentary Photography, a bolsa de pesquisa da Fundação Vitae e o cobiçado prêmio da Fundação John Simon Guggenheim para sua pesquisa sobre a água e a fé. Na ocasião foi o mais jovem artista a receber o este prêmio em todo o mundo.
Seu trabalho é internacionalmente reconhecido, por meio de exposições no Museu de Arte Moderna da Bahia, no Throckmorton Fine Art em Nova Iorque, na Billedhusets Galeri em Copenhague, no Ministério da Cultura em Brasília, Instituto Tomie Ohtake e Museu Afro Brasil, ambos em São Paulo e em exposições coletivas como na Witkin Gallery em Nova Iorque, na S.F. Camera Works Gallery na Califórnia, na Bienal Foto Fest em Houston e no Palais de Tokyo em Paris. Já foi indicado para prêmios internacionais como o Paul Huff (Holanda 2007) e o Prix Pictet (Suíça/Reino Unido, 2008 e 2015).
Sua obra está registrada em publicações como “Irredentos”, em 2000, “Roma Noire, Villemétisse”, editado em Paris, pela Autrement, em 2005. Ou ainda: “Nos Jardins do Éden”, 2010; “Exu Iluminado”, 2012; e “Christian Cravo”, 2014, pela editora Cosac Naify.
Realizada em 2016, ano que completou 25 anos de carreira, a APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) premiou Luz e Sombra, como a melhor exposição fotográfica de 2015. A mostra foi realizada no Museu AfroBrasil, em São Paulo.