O mercado publicitário baiano está uma pilha de nervos. Até agora, 120 dias de governo e nada do edital da Agência de Comunicação (AGECOM) para definir quais serão as agências de publicidade que participarão da conta governo do Estado.

   Por enquanto, as propagandas e avisos do governo estão sendo realizadas na rubrica "emergencial", até mesmo o patrocínio do campeonato de futebol na TV Itapoan e a campanha da Cesta do Povo.

   Para assustar ainda mais os diretorias de algumas agências baianas, o ministro da Comunicação Social do governo federal, jornalista Franklin Martins, afirmou que agência que elegeu, em tese, não pode ter conta do Governo.

   Em entrevista publicada domingo último no Estadão, Martins revelou uma nova e surpreendente regra com que pretende gerir a publicidade oficial: "Agência que faz a campanha da eleição do governante não pode ter conta do Governo", teoriza.

   Assim será com o 2º mandato do presidente Lula. As contas oficiais não poderão ser entregues a quem participou do esforço da reeleição. Revelou que o marqueteiro João Santana, que 'pensou' a campanha de 2006, acha ele próprio que não deve participar. 
 
   Franklin Martins gostaria que esse critério fosse adotado por todos os Estados - "Uma forma de aparelhar o Estado é usar uma agência para fazer sua campanha e depois lhe passar contas do Governo. Isso tem que acabar" - reivindica. 

   NA BAHIA

   Na Bahia, a agência Leiaute foi quem 'pensou" a campanha do então candidato Jacques Wagner. Seu diretor, Sidônio Palmeira, é também presidente da ABAP, capítulo Bahia, e deixará o mandato por esses dias.

    Pela regra vigente até então, historicamente, seria (também em tese) a agência preferencial do governo Wagner. A rigor, só o tempo dirá se a tese defendida por Franklin Martins vai vingar ou não. Evidente que Martins enfrentará resistência a aceitação de sua cruzada nos estados. 

    ELEIÇÃO ABAP

    Em comunicação enviada no último dia 10, a diretoria da ABAP informou aos interessados que o registro de chapas só poderá ser realizado até esta terça-feira, 17.

    E mais: só poderão votar as agências em dia com suas contribuições sociais. As filiais de agências nacionais votarão para diretoria executiva e para diretoria do capítulo. 

   A nota está assinada por Andréa Rodrigues, executiva de contas da ABAP.

   PEGANDO FOGO 

   Segundo o meio publicitário essa, provavelmente, será a primeira vez que o capítulo ABAP Bahia vai para o confronto.

    Até pouco tempo, havia 6 candidatos à presidência, inconciliáveis. 

    Mas, até amanhã, 17, tudo pode mudar. Esse é o desejo do atual presidente, Sindônio Palmeira, porém, como na política partidária tudo pode acontecer, até os seis nomes irem para a disputa.