A Associação de São Jorge Ebé Oxossi, fundada em 1849, é a entidade civil reguladora do Terreiro do Gantois e do Memorial Mãe Menininha, sendo responsável pela manutenção e preservação dos bens patrimoniais e culturais desta instituição religiosa de herança ancestral africana no Brasil.
Com a meta de preservação, principalmente do acervo imaterial da cultura afrodescendente, a Associação tem desenvolvido uma política de dinamização cultural no templo religioso, tendo sido intensificada a partir de 2002 com as realizações empreendidas por Mãe Carmen, filha de Mãe Menininha e atual sucessora no trono do Gantois.
Desde obras, melhorias e projetos educacionais, na área de saúde e de artes, as ações têm sempre buscado ampliar horizonte de alcance, atingindo a estrutura interna da casa, a comunidade circunvizinha e a sociedade baiana como um todo.
O propósito é sensibilizar o indivíduo e ao mesmo tempo partilhar conhecimento e práticas milenares às quais a religiosidade do Candomblé professa e que, durante muito tempo, foi ocultada à grande massa.
Em agosto deste ano, Mãe Menininha completará 21 anos de passamento, onde serão realizadas as últimas celebrações pós-morte da Iyalorixá. Pensando nesse fato e na idéia de realizar uma série de atividades durante todo o ano em homenagem à mesma, a Associação elaborou uma programação onde a primeira etapa será iniciada exatamente em fevereiro, período no qual Mãe Menininha completaria 113 anos se estivesse viva.
HISTÓRICO
Descendentes de escravos e admirada em todo o Brasil como uma das mais expressivas sacerdotisas das religiões de origem africana, mãe Menininha assumiu a direção do Gantois em 1926, quando tinha apenas 28 anos. Bisneta, sobrinha e filha de iyalorixá, mãe Menininha conduziu durante 64 anos os destinos do Gantois, que fundando em 1849 pela iyalorixá Maria Júlia da Conceição Nazareth, tornou-se um dos terreiros de candomblé mais respeitados do Brasil.
Nascida no século XIX, cresceu entre os homens e mulheres africanos que preservavam e cultuavam o candomblé no Brasil, aprendendo com eles os antigos costumes, os rituais e a língua iorubá. Filha de Oxum, o orixá das águas doces, mãe Menininha morreu aos 92 anos de idade, deixando muitos ensinamentos e uma importante herança de fé na tradição dos ancestrais africanos. Sua sucessora foi a filha Cleusa Millet - que morreu no final de 1998.
Hoje, Mãe Carmem, filha mais nova de Mãe Menininha dirige o terreiro, seguindo o legado deixado por Mãe Menininha e por seus ancestrais. Tem 02 filhas biológicas(Ângela - Iyakekerê do Gantois e Neli - Iya Dagan do Gantois), 03 netos e já um número grande de filhos de santo.