Cultura

LADO OXUM DE MENININHA DO GANTOIS SERÁ DESTACADO EM SEUS 113 ANOS

Menininha é considerada uma das mães de santo mais importantes da Bahia
| 04/02/2007 às 17:11
  Na próxima quinta-feira, 8, se iniciam as comemorações pelos 113 anos de mãe Menininha do Gantois em envento que destacará do seu lado Oxum, da vaidade. Haverá uma palestra do professor Francisco Senna falando sobre a importância de Menininhas para o universo da religiosidade do candomblé da Bahia e lançamento do livro - Mãe Menininha do Gantois - Uma Biografia - de Cida Nóbrega e Regina Echeverria, na sede do Axé na Federação, ao lado da TV Band.
No dia seguinte, 9, haverá lançamento de selo personalizado do Correios e mesa-redonda com a participação de Júlio Braga, Vanda Machado, Fábio Lima, Jocélio Teles e Cleidiana Ramos, pessoas estudiosas do candomblé. No sábado, show na concha do TCA com Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Mariene de Castro, Daniela Mercury, Márcia Short e Gerônimo, a partir das 18h. O show é beneficente. 
EBÉ OXOSSI

A Associação de São Jorge Ebé Oxossi, fundada em 1849, é a entidade civil reguladora do Terreiro do Gantois e do Memorial Mãe Menininha, sendo responsável pela manutenção e preservação dos bens patrimoniais e culturais desta instituição religiosa de herança ancestral africana no Brasil.

Com a meta de preservação, principalmente do acervo imaterial da cultura afrodescendente, a Associação tem desenvolvido uma política de dinamização cultural no templo religioso, tendo sido intensificada a partir de 2002 com as realizações empreendidas por Mãe Carmen, filha de Mãe Menininha e atual sucessora no trono do Gantois.

Desde obras, melhorias e projetos educacionais, na área de saúde e de artes, as ações têm sempre buscado ampliar horizonte de alcance, atingindo a estrutura interna da casa, a comunidade circunvizinha e a sociedade baiana como um todo.

O propósito é sensibilizar o indivíduo e ao mesmo tempo partilhar conhecimento e práticas milenares às quais a religiosidade do Candomblé professa e que, durante muito tempo, foi ocultada à grande massa.

Em agosto deste ano, Mãe Menininha completará 21 anos de passamento, onde serão realizadas as últimas celebrações pós-morte da Iyalorixá. Pensando nesse fato e na idéia de realizar uma série de atividades durante todo o ano em homenagem à mesma, a Associação elaborou uma programação onde a primeira etapa será iniciada exatamente em fevereiro, período no qual Mãe Menininha completaria 113 anos se estivesse viva.

HISTÓRICO

Descendentes de escravos e admirada em todo o Brasil como uma das mais expressivas sacerdotisas das religiões de origem africana, mãe Menininha assumiu a direção do Gantois em 1926, quando tinha apenas 28 anos. Bisneta, sobrinha e filha de iyalorixá, mãe Menininha conduziu durante 64 anos os destinos do Gantois, que fundando em 1849 pela iyalorixá  Maria Júlia da Conceição Nazareth, tornou-se um dos terreiros de candomblé mais respeitados do Brasil.


Nascida no século XIX, cresceu entre os homens e mulheres africanos que preservavam e cultuavam  o candomblé no Brasil, aprendendo com eles os antigos costumes, os rituais e a língua iorubá. Filha de Oxum, o orixá das águas doces, mãe Menininha morreu aos 92 anos de idade, deixando muitos ensinamentos e uma importante herança de fé na tradição dos ancestrais africanos. Sua sucessora foi a filha Cleusa Millet - que morreu no final de 1998.


Hoje, Mãe Carmem, filha mais nova de Mãe Menininha dirige o terreiro, seguindo o legado deixado por Mãe Menininha e por seus ancestrais. Tem 02 filhas biológicas(Ângela - Iyakekerê do Gantois e Neli - Iya Dagan do Gantois), 03 netos e já um número grande de filhos de santo.