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CENTRO CULTURAL GEORGES POMPIDOU A NAVE ESPACIAL NO CORAÇÃO PARIS (TF)

O projeto escolhido entre 681 propostas de diversos países foi aquele do time liderado por Renzo Piano e Richard Rogers, o único que propunha uma praça em frente ao prédio.
Tasso Franco , Paris | 11/06/2022 às 04:14
Projeto de Renzo Piano e Ricard Rogeres
Foto: BJÁ

O Centre National d'art et de Culture Georges Pompidou é algo sobrenatural e belo em Paris. Numa cidade com muitas construções antigas, essa nave espacial do outro mundo fica no coração da cidade e trata-se de uma original instituição cultural inteiramente dedicada à criação moderna e contemporânea, onde as artes plásticas convivem com o teatro, a música, cinema, livros, atividades de palestras. Vê-se obras de Gorgio de Chirico, Salvador Dali, René Magritte, Piet Mondrian, Jackson Pollock e contemporâneos como Joseph Beuys, Andy Warhol, Lucio Fontana, Yves Klein.

   Georges Jean Raymond Pompidou foi presidente da França a partir de 1969 até sua morte em 1974. Anteriormente, ele foi primeiro-ministro da França de 1962 a 1968 - o mais longo mandato na história do cargo. Assessor do presidente Charles de Gaulle; como chefe de estado, ele foi um conservador moderado que restaurou o relacionamento da França com os Estados Unidos e manteve relações positivas com as ex-colônias recém-independentes na África.

   O Centro Georges Pompidou é um complexo cultural localizado em Beauborg, no 4º arrondissement de Paris, próximo a Les Halles e abriga , um shopping o Musée National d'Art Moderne, a Bibliothèque publique d'information (Biblioteca Pública de Informação) e o IRCAM, um centro para música e pesquisas acústicas, entre outros equipamentos culturais. Há exposições renovadas e no nivel 5 estão as coleções modernas de 1905-1965 e no nível 4 as coleções contemporâneas a partir de 1960.

   O acesso custa 14 euros e você transita à vontade por todas as dependências das exposições e há uma área livre de contemplação da cidade para fotos e filmagens. É permitido fazer fotos (sem flash) de todas as telas, esculturas e outras obras de arte. Em todas as salas há vigilância de funcionários da casa. 

    A ideia de um complexo multicultural, juntando diferentes formas de arte e literatura em um único lugar, foi do então ex-primeiro-ministro de funções culturais André Malraux. Nos anos 1960, autoridades municipais demoliram o antigo mercado de Les Halles, datado do século XIX, e propuseram transferir vários institutos culturais para serem montados na antiga área do mercado. Com a esperança de renovar a ideia de Paris como uma cidade de arte e cultura foi proposto que o Musée National d'Art Moderne fosse movido para este novo local. Paris também necessitava de uma grande biblioteca pública, já que não havia nenhuma nesta época.

  Após os protestos de Maio de 1968, o Presidente Charles de Gaulle, anunciou o Plateau Beubourg como o novo local da biblioteca. Um ano depois em 1969, o novo presidente Georges Pompidou, adotou o projeto de Beauborg, e decidiu que este seria o local tanto da biblioteca quanto de um centro para artes contemporâneas. No processo de desenvolvimento do projeto, o IRCAM (Instituto de Pesquisa e Coordenação Acústica/Música) também foi incluído no complexo.

   Em 1971 foi realizado um concurso público internacional de arquitetura para escolher o projeto para o complexo. Era a primeira vez na história da França que foi permitido que arquitetos internacionais participassem de um concurso de arquitetura. O júri era formado pelo arquiteto francês Jean Prouvé, pelo arquiteto norte-americano Philip Johnson e pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. O projeto escolhido entre 681 propostas de diversos países foi aquele do time liderado por Renzo Piano e Richard Rogers, o único que propunha uma praça em frente ao prédio.

   O Centro impressiona por sua beleza, imponência, uso de novas tecnologias - na época mais do que hoje - e tem-se acesso às áreas das exposições por um imenso salão onde estão a biblioteca, cinema, shopping de artes e outros, e depois por escadas rolantes que ficam em local aparente fora do prédio e com visão para a cidade. É de um futurismo que emociona a medida em que vai-se tendo acesso aos níveis do prédio até os salões das exposições.

   Do alto, na área de contemplação, aberta, tem-se uma visão espetacular do centro de Paris. Noutra matéria falaremos das exposições. (TF)