Turismo

ASCENSOR DA BICA: BONDINHO CHARMOSO QUE LIGA BAIXA AO CHALARIZ, LISBOA

Do Chalariz se você quiser pode ir andando até a Praça Luis Vaz de Camões e ao Chiado
Tasso Franco , da redação em Salvador | 29/01/2020 às 09:14
A subida tem 70 metros de altura
Foto: BJÁ
  O Ascensor da Bica é um plano inclinado que liga a Rua São Paulo, na Baixa Pombalina, ao Largo do Chalariz, no Bairro Alto, em Lisboa. Seu trajeto é subindo e descendo a Rua da Bica de Duarte Belo, no bairro da Bica. Inaugurado em 1892, até hoje, mantém-se funcionando e é mais usado pelos turistas do que por moradores desse bairro enladeirado. 

   O bilhete é caro e custa 3.8 euros com direito a subir e descer, numa viagem que dura apenas 4 minutos.
  
   Pelo folclore, pela vista do Tejo e do casario e pelo passeio no Chalariz vale a pena. O turista pode fazer esse passeio subindo e descendo a Rua da Bica pelas escadas. É preciso, no entanto, ter algum preparo físico e cuidados para não escorregar. Há, ainda, transversais que passam veiculos e bikes.
  
   As cabines do ascensor são pequenas com capacidade para 9 passageiros sentados e trajeto de 283 metros via carril duplo como no Plano Inclinado Gonçalves. A depender do dia as filas são imensas para pegar o funicular, mas, vale a pensa conhecer. 

   A entrada inferior é feita a partir do interior de um edifício (R. S. Paulo, 234), e não na via pública. A subida inica-se saindo desse mesmo imóvel, pelas traseiras, como se fosse a sair de um túnel.

   O seu traçado, em cerca de 70 metros de altura, é partilhado por trânsito automóvel, o que não se sucede em nenhum dos outros funiculares portugueses. Tal ocorre porque a encosta serve de espinha dorsal do Bairro da Bica, podendo se circular de automóvel por essa parte da calçada para se aceder a determinadas artérias do bairro. (TF)

  Wikipédia História

A concepção do Elevador da Bica foi do engenheiro português Raoul Mesnier du Ponsard, responsável também por numerosos projetos similares, e a inauguração deu-se a 28 de Junho de 1892.

 Em 1896 passou a mover-se a vapor e, posteriormente, em 1914 procedeu-se à sua electrificação. Nesse mesmo ano sofreu um acidente e esteve parado durante nove anos.

Com mais de um século de existência, é o ascensor mais típico da cidade de Lisboa e, embora não tenha a mesma afluência do Elevador da Glória, constitui nos dias de hoje uma das principais atracções turísticas da capital portuguesa.[carece de fontes]

Devido à sua enorme importância histórica e cultural, o elevador foi classificado de Monumento Nacional em Fevereiro de 2002 (Decreto 5/2002, Diário da República 42, 1.ª série-B, de 19/02/2002).

Intervenção de Alexandre Farto.

Em 2010 o Elevador da Bica foi intervencionado pelo artista plástico Alexandre Farto, que recobriu a superfície amarela com película opaca metálica refletora, ao abrigo do projeto da Carris «Arte em Movimento», integrado num programa de Apoio da Arte Contemporânea Portuguesa; esta instalação manteve-se patente até ao final de junho de 2010.


LARGO DO CHALARIZ

O LARGO DO CALHARIZ pertence a duas freguesias. À freguesia de SANTA CATARINA correspondem os números 20 a 25, à freguesia de S. PAULO os números 1 a 19.

Vem assim descrito no Itinerário Lisbonense de 1804; «Fica entre o cimo da Calçada do Combro e a Rua do Loreto».

Toda esta zona que vai do Camões ao Calhariz pouco mais era, no século XV, do que um lugar ermo, fora da cintura das muralhas. Sitio de terras de semeadura, com olivais e ferragiais, só começou a ser urbanizado com o desmembramento provocado pelo aforamento e emparcelamento das propriedades rurais ai existentes. Neste lugar possuía uma Quinta D. Álvaro Vaz de Almada, Conde de Avranches, morto em batalha de Alfarrobeira em 20.05.1449.

A sua propriedade (Casa e Quinta) transitou para a família dos Távoras em 1449. Também os Condes de Cantanhede, depois Marqueses de Marialva, tinham ali uma propriedade em (1650).

A urbanização deste lugar fez-se lentamente ao longo dos finais do século XVII. Datam deste século alguns belos exemplares de Palácios da conhecida artéria lisboeta.

O Palácio Valada-Azambuja (Conde de Azambuja) construído no século XV no sítio da Quinta do D. Álvaro Vaz de Almada, sofreu várias modificações ao longo de três séculos.

Tendo ruído com o terramoto, foi sendo reconstruído. A sua fachada com as beneficiações no decurso do século XIX e início do século XX sofreu grandes alterações.

O Palácio foi vendido em 1867, pelos descendentes dos antigos proprietários ao Conselheiro Francisco José da Silva Torres que o deixou a uma enteada, casada com o Conde de Azambuja, de onde vem a designação porque é conhecido aquele Palácio. No ano de 1922 é vendido ao comerciante e antiquário Manuel Henriques de Carvalho, a cujos herdeiros hoje pertence.

No primeiro andar do imóvel está um equipamento cultural da C.M.L., com a instalação da Biblioteca Municipal Camões. Neste mesmo andar funciona, a 6ª Conservatória do Registo Civil.
A este Palácio se refere também Eça de Queiroz num excerto de "O Mandarim".

Do Palácio Sandemil (Condes de Sandemil) não temos muitas referencias. Sabemos que é anterior ao terramoto de 1755, tendo sido depois beneficiado, foi pertença da Misericórdia de Lisboa, faz esquina com a Rua das Chagas, e nele esteve instalado o clube dos "Cem à Hora".

O Palácio Sobral, mandado construir entre 1770 e 1780 por Joaquim Ignácio da Cruz Sobral, lº Administrador do vínculo dos Sobrais, nasceu da compra de um velho prédio, propriedade de D. Lázaro Leitão Aranha, rico e erudito principal da Sé, que nesse lugar fez reunir a famosa Arcádia (1764). Neste Palácio se deram belas festas e concertos organizadas por ele e mais tarde pelo seu pai, a que concorria toda a Corte. Entre elas ficou célebre a esplendida festa dada por ocasião do nascimento da princesa da Beira, D. Maria Teresa, no dia 29 de Abril de 1793, onde cantaram artistas estrangeiros especialmente convidados para o evento, Todi, Violanti, Angelleli, Ferracuti entre outros. Isto no mesmo dia em que se inaugurava o Teatro de São Carlos, também ele em homenagem à primeira filha de D. João e de D. Carlota Joaquina

Neste palácio ficou instalado o Quartel Geral de Wellington em 1811, o Marechal Beresford entre 1812 e 1813. Durante alguns anos e até 1879 aí esteve, ocupando parte das instalações o Hotel Mata.
Em 1887 foi vendido, por pouco mais de 50 contos (250 Euros) pelo seu último proprietário particular, o Marquês de Sousa Holstein, tendo sido comprado para lá se instalar a CAIXA GERAL DOS DEPÓSITOS que ainda continua , nos dias de hoje, a ser daquela instituição bancária.

O Palácio do Sousa Calharizes, que deu o nome ao largo é hoje uma construção do início do século XVIII e foi erguido pelo Morgado do Calhariz (Nome de uma casta de uvas), D. Francisco de Sousa, em terrenos que foram de uma parente sua, a condessa do Alvito. Continuando na mão do Sousa Calharizes, nele habitou o conhecido diplomata D. Pedro de Sousa Holstein, mais tarde lº Duque de Palmela.

Também neste Palácio do Calhariz, funcionou em 1882 o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A partir de 1947, passou para aposse da CAIXA GERAL DOS DEPÓSITOS, depois de várias alterações, é ligado por um arco ao vizinho Palácio Sobral. Em 1997 sofre novamente obras de recuperação, que lhe valeu a atribuição do Prémio Eugénio dos Santos.

Presentemente os dois Palácios; do Calhariz e do Sobral fazem parte do mesmo conjunto arquitectónico.