Turismo

PUXADA DO MASTRO de São Sebastião é tradição secular em Ilhéus

O destoante da festa foram bandas de pagode tocando à noite
Decom , Ilhéus | 11/01/2016 às 15:26
Muitas pessoas acompanham a puxada
Foto: Alfredo Filho
   A Puxada do Mastro de São Sebastião, um dos mais esperados e tradicionais eventos do calendário de verão em Ilhéus, aconteceu no último domingo. O prefeito Jabes Ribeiro e o vice, Carlos Machado (Cacá), acompanharam os festejos. 

   Para Ribeiro, é importante preservar essa tradição, porque assim se “mantém viva a história dos povos que formaram nossa bela Ilhéus”. Na opinião do secretário municipal de Turismo e Esportes, Josenaldo
Cerqueira, a festa da Puxada do Mastro deste ano foi um sucesso absoluto. “Sem dúvida alguma, uma das mais organizadas e prestigiadas dos últimos anos. 

   Ainda na visão de Cerqueira, a Festa da Puxada do Mastro é um evento fundamental porque preserva as tradições religiosas e valoriza a própria história do município. 

   A Festa da Puxada do Mastro de Olivença é conservada por descendentes de índios, negros e brancos.
Devido ao processo de miscigenação, são os caboclos de Olivença que mantêm a fé com o        objetivo de preservar os diversos rituais do evento para as gerações futuras.

  Na sexta-feira, dia 8, a partir das 16 horas, foi realizada a abertura oficial da festa com o hasteamento de bandeiras e cortejo de blocos mascarados pelas vias principais de Olivença. Na sequência, missa
na Paróquia de Nossa Senhora da Escada, às 19 horas, e grande show musical, às 20 horas. No sábado, 9, a partir das 17 horas, houve apresentação de capoeira, leitura de cordel e procissão, às 18h30min. Meia hora depois, o público prestigiou a apresentação dos grupos Boi Estrela e As Camponesas. Já às 21 horas,
ilheenses e      turistas assistiram à performance da bandas Di Bali e Na Pegada da Lôra.

   O ponto alto do evento, mais uma vez, aconteceu no domingo, dia 10 de janeiro, a partir das 5 horas da manhã, com uma alvorada. Uma hora depois, a programação incluiu atos religiosos (bênçãos) e
indígenas (poracy). Por volta das 7 horas, foi servida a primeira feijoada para os machadeiros. Na sequência, eles seguiram para a mata de Ipanema com o objetivo de trazer o mastro

  Origem

   Segundo o historiador Erlon Fábio Costa, a Puxada do Mastro teve início no século XVI, com a Corrida de Toras, evento que integrava uma série de representações religiosas alimentadas pelos indígenas da região. “A partir do século XVIII, passamos a ter a festa com a configuração que chegou até os nossos dias”, diz, salientando que a imagem de São Sebastião desconfigurou a antiga Corrida de Toras e inseriu
os elementos da Igreja Católica.

  Erlon Fábio enfatiza que o mastro, principal símbolo da festividade e utilizado pela Igreja Católica para sustentar bandeiras de santos em frente aos templos, serve para demonstrar a resistência
da comunidade indígena no que tange aos seus inúmeros aspectos culturais.
  
   “Também, nesse sentido, é importante acrescentar que a Puxada do Mastro é uma celebração onde homens, mulheres e crianças possuem papéis e funções, o que fortalece a participação comunitária e ajuda a explicar o fato de que, ao longo do tempo e ao contrário de outros eventos, essa manifestação se mantém forte e revigorada”, afirma.