Na temporada de Outono na Eurppa as cidades estão lotadas de turistas por todos os lados e as lojas vendem como nunca
                            
                              
                                Tasso Franco                                , da redação em Salvador                                |
                                07/10/2015 às 04:59
                                
                             
              
                            
                               
                                Milhões de turistas ao ano visitam o Palácio de Schönbrunn, Viera
                                Foto: BJÁ
                             
                  
                               Louve-se a iniciativa do governador Rui Costa em participar da Expo Milão, uma feira multifuncional que abrange o turismo e as novas tecnologias, dando uma força no incremento à possível 'venda' do produto Bahia. 
   É claro que não cabe ao governador realizar as promoções e fazer os negócios e a capoeira e o forró aparecem apenas como elementos decorativos e animadores do processo, uma vez que, o pra valer mesmo são as rodadas de negócios com os agentes de viagens e as operadoras, papel reservado aos técnicos da Secretaria de Turismo e ao secretário Nelson Pelegrino.
   Vender a Bahia não é tarefa fácil uma vez que o estado não conta com um centro de convenções e Salvador, seu prinicipal pólo de atração, se transformou numa cidade violenta. 
   O europeu é exigente e está acostumado com padrões de vida que não comportam esse tipo de insegurança. 
   Congressos internacionais esqueçam não há como capitá-los. 
   Estou hoje em Viena, Áustria, e aqui, recentemente, teve um congresso de médicos com a participação de 30 mil profissionais de todo o mundo, inclusive centenas de brasis.
   Viena tem uma superestrutura turística e o país com pouco mais de 8 milhões de habitantes e 9 estados recebe essa mesma quantidade de turistas, isso durante todo o ano porque há uma forte temporada de verão, de concertos e tudo mais na cidade histórica e às margens do Danúbio, e idem na temporada de inverno nos alpes e na região do Tirol. 
   Mas, em Viena não tem assaltos, não se furtam carros, o metrô funciona até zero hora, há VLT e bus rapid, há inúmeras atrações com seus palácios e concertos e o cidadão se sente como se estivesse em casa. Pode-se andar pelas ruas 11 da noite e pegar o metrô sem problemas, o que não existe em Salvador.
   Por isso que vender a Bahia é dificil. Na Europa, se aproxima a temporada de inverno e no Brasil de verão. Muitos europeus detestam o inverno e querem curtir praias, sol, o verão do Hemisfério Sul. Tudo o que a Bahia tem. 
   Não adianta vender capoeira e símbolos como a fitinha do Senhor do Bonfim, muito menos o barroco de Salvador, porque na Europa os monumentos e igrejas são de tal ordem que deixam os de Salvador muito a desejar. 
   Quem vai ao Palácio de Schönbrunn, em Viena, do imperador Francisco José; ou visita ou vê o Parlamento de Budapest iluminado à noite num passeio pelo Danúbio, sente a enorme diferença da monumentalidade desses edificios e o mixórdio Palácio Rio Branco. Diria, uma palhoça em relação a esses monumentos.
   Também não adianta ficar fazendo turismo de gatos-pingados. O que vale mesmo são os grupos, os pacotes, e nisso a Europa é campeã. É possível vê-se, em Praga, Munique, Viena e Bubapest centenas de ônibus estacionados em determinados pontos e milhares de turistas nas ruas. 
  
   E nese bolo estão milhares de brasileiros, os quais, mesmo com o dólar nas alturas ainda viaja. Não como há 3 anos, mas, ainda assim viaja porque é mais barato vir para a Europa do que para Costa de Sauipe ou para o Amazonas.
   Louve-se, portanto, a iniciativa do governador e sua equipe, tudo é válido e importante, mas, a realidade é que nosso turismo ainda é muito amador, o assédio aos turistas nas cidades é enorme e a violência assusta. Daí o imenso trabalho que ainda se tem pela frente.
   Só um exemplo: o fato de termos uma Baía de Todos os Santos com essa generosidade e não haver turismo náutico para um europeu (ou asiático) é até uma heresia.
   Outro detalhe: a Europa está cheia de asiáticos - japoneses, coreanos e chineses.  E mais, os árabes e os indianos gente que nunca vai a Bahia. (TF)