Estima-se que 4 a 5 miilhões de litros de cerveja são consumidos na Oktoberfest
Tasso Franco , da redação em Salvador |
24/09/2015 às 15:16
Roupas típicas que são vendidas em centenas de lojas
Foto: BJÁ
A Oktoberfest de Munique, Alemanha, movimenta de forma extraordinária a economia desta cidade capital da Baviera com 1.5 milhão de habitantes e que, nesta época do ano, durante os 16 dias da festa, passam pelo Campo de Thereza, local onde acontecem os eventos, 6 milhões de pessoas.
Apenas de forma ilustrativa há semelhanças com o Carnaval de Salvador neste sentido da atividade econômica, embora, aqui os turistas são mais endinheirados e veem da própria Europa, dos EUA, da Ásia e também do Brasil.
Há todo um preparativo, um pré-Oktober, mesmo antes do inicio do ciclo da festa da cerveja que vai de 19 de setembro a 4 de outubro, 16 dias - o dobro do Carnaval de Salador - com organizações, ensaios e embalos, além do reforço na indústira de indumentárias típicas, de todo tipo de produto a ser vendido aos turistas e nativos - chapéus, canecas, colares, adornos, etc - e um reforço na indústria alimentícia especialmente de frangos, porcos, carneiros e gansos. Ninguém escapa de levar pelo menos uma lembrancinha da festa.
E há, aqueles, familias inteiras que se vestem com as roupas típicas, algumas das quais, para as mulheres - artesanato de primeira - chegam a custa 2.500 euros, mais de R$10 mil. Uma roupa média completa, tanto para homem; quanto para mulher mesmo sendo industrializada não sai por menos de 500 euros, aproximadamente R$2.500,00. Vê-se, pois, como a economia da cidade dá um salto durante a Oktober.
É claro que os produtos made in China já tomaram conta de parte das tendas da Oktober especialmente aqueles mais populares - chapéus, colares, viseiras, etc - e alguns produtos da indumentária são fabricados em países da Ásia mais pobres tipo Bengaladesch sob encomenda de importadores alemães. A economia globaliza é muito forte e centenas de produtos vendidos em lojas são fabricados noutros países.
No parque da festa somente as 6 grandes cervejarias de Munique são autorizadas a instalarem seus barracões que são fixos e ficam todo o restante do ano fechados, esperando o próximo evento. Estima-se que algo em torno de 4 a 5 milhões de litros de cervejas são consumidos somente no Campo da Thereza, sem contar o que se consome em toda a cidade.
Embora a festa funcione diariamente das 9h30min às 23h, as ruas do centro, especialmente na área do casco antigo e do mercado estão lotadas de gente. E, claro, praticando o esporte preferido daqui, a adoração a cerveja, ao chucutre e as linguiças. Tem de todos os tipos, modelos e gostos, made in Germany.
Na cidade, um chopp com 400 ml custa em média 3.8 euros e + 10% em alguns locais mas ninguém reclama dos preços. Nem os brasis que são muitos especialmente vindos de Santa Catarina, SP e MG. Baianos são raros. O choop de livro custa 9.5 euros (no parque custa 10.5 euros) e a cerveja fica com o mesmo gosto até o final de consumo do litro. E, com a temperatura que está na cidade, 8 a 9 graus, mais apetitosa fica, sem esquentar ou aguar.
Vale observar, ainda, que há uma leva enorme de turistas mais endinheirados, os asiáticos, os árabes e alguns europeus que se ligam na festa apenas para conhecer e vão às compras nas inúmeras lojas de grifes que existem no centro de Munique. A cidade tem a segunda maior loja da Louis Vuitton e todas essas grifes bacanas, da Prada, Channel, Hermés, Ermenegildo, etc. Como aqui ninguém fala de crise econômica os caixas funcionam a todo vapor.
Como no Carnaval de Salvador, a Oktober emprega milhares de pessoas e somente no parque atuam diariamente mais de 20 bandas e conjuntos de rock e mais as orquestras e outras, além de todo um pessoal de apoio - garçons, atendentes, faxineiros, cozinheiros, etc. As indústrias automobilistica e outras fazem marketing dos seus produtos e a roda gira.
Portanto, a maior festa da cerveja do mundo se tornou um grande negócio. É uma mobilização muito parecida com o Carnaval de Salvador nesse aspectos. (TF)