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ABI REÚNE JORNALISTAS PARA DEBATER ASSÉDIO JUDICIAL CONTRA A IMPRENSA

Evento dá continuidade à programação de 91 anos da Associação
Associação Bahiana de Imprensa , Salvador | 10/09/2021 às 14:32
Live da ABI reúne jornalistas para debater o assédio judicial contra a imprensa
Foto: Divulgação

A programação do aniversário de 91 anos da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) terá continuidade na próxima terça (14/09), a partir das 18h30, com a live “Assédio judicial: uma ameaça em toda a parte”. Com transmissão pelo canal de Youtube da ABI, o encontro irá  debater o uso da justiça como instrumento para silenciar e censurar profissionais da imprensa. 

Para compor a mesa do debate foram convidados o jornalista e cientista social Carlos Augusto, editor do Jornal Grande Bahia; o jornalista e escritor Flávio Costa, coordenador do Núcleo de Investigação do UOL; e o advogado Fernando Santos, presidente da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas na Bahia (Abracrim-BA). O evento ainda terá as contribuições de Luiz Nassif, jornalista do portal GGN, Cynara Menezes, do blog Socialista Morena, e Paulo Jerônimo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa. 


Na mediação do evento, o jornalista e radialista Ernesto Marques, presidente da ABI, acredita que o assédio judicial seja um mau uso da justiça com objetivos políticos. Segundo ele, alguns processos são marcados pela seletividade penal e pelo andamento rápido da ação penal. “Atingir veículos e profissionais é um sintoma muito preocupante da doença institucional que estamos vivendo hoje. A justiça é o artifício usado para atingir a democracia, ferindo a liberdade de imprensa e o livre exercício do jornalismo, e assim alcançar o objetivo, que é atingir a credibilidade da imprensa como instituição”, afirma o dirigente.


O assédio judicial se caracteriza pelo uso de ações como forma de perseguir ou silenciar profissionais da comunicação. A estratégia pode conter também o ajuizamento de diversos processos contra um mesmo indivíduo. Luiz Nassif narrou sua experiência com o assédio em um texto publicado em dezembro de 2020, intitulado “Estou juridicamente marcado para morrer”. Nele, o jornalista afirma que a politização da justiça criou uma atmosfera de censura para o jornalismo. “A falta de jurisprudência, de consenso, de regras mínimas de atuação está transformando o Judiciário na maior ameaça à liberdade de expressão desde os anos de chumbo da ditadura militar”, completa.


Na Bahia, outros casos ganharam notoriedade, como o do jornalista Aguirre Talento. Quando era repórter no jornal A Tarde, Talento assinou uma reportagem sobre supostos crimes ambientais cometidos em 2010, mencionando um pedido de prisão feito pelo Ministério Público, o que não havia ocorrido. Um empresário citado no texto moveu uma ação contra o jornalista, afirmando ter sido difamado. O repórter foi condenado à prisão de seis meses e seis dias, que foi posteriormente convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa. 


Um levantamento publicado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra que, desde 2002, já são 5.509 ações na justiça contra jornalistas e empresas de jornalismo, em sua maior parte com alegações de calúnia e difamação. A Bahia registrou um total de 179 ações desse tipo. 

 

SERVIÇO

Série 91 anos da ABI – Assédio judicial: uma ameaça em toda parte

Quando: 14/09, às 18h30

Onde: Youtube da ABI

 

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21/09 – Comunicação e acessibilidade