Tecnologia

Área de TI na Bahia precisa de plano estratégico e sinergia das ações

O desenvolvimento da TI é decisivo para a competitividade e o crescimento do país, diz José de Freitas Mascarenhas
FIEB , da redação em Salvador | 23/11/2012 às 18:59
Centro Tecnológico da Bahia
Foto: SECOM
As ações para o desenvolvimento da Tecnologia da Informação na Bahia precisam de sinergia. Essa constatação permeou as discussões do seminário O Cenário de TI na Bahia: perspectivas e oportunidades, realizado nesta sexta-feira (23), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), com o objetivo de fomentar iniciativas que contribuam para um posicionamento mais proativo no desenvolvimento da área na Bahia.

A indústria eletrônica movimentou US$ 96 bilhões em 2011 em todo o Brasil e os serviços relacionados à TI apresentaram crescimento de 61% nos últimos três anos, segundo dados da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Esses números apontam a importância da área, fundamental para dar suporte à competitividade e modernização da indústria local.

“O desenvolvimento da TI é decisivo para a competitividade e o crescimento do país, pois ela participa do desempenho de todos os setores da vida moderna e seu maior uso traz ganhos reais para toda a economia”, defendeu o presidente da FIEB, José de Freitas Mascarenhas.

Ele ressaltou, também, que a Bahia não conseguiu avançar consideravelmente no desenvolvimento da TI, mas reconheceu ações importantes neste sentido, como a inauguração do Parque Tecnológico, em setembro deste ano. “O que diagnosticamos é que temos ações isoladas. Creio que se agirmos em conjunto teremos sinergia e ousadia para avançar. Essa união vai apontar o que precisamos fazer em pesquisa, capacitação de pessoal e programas de financiamento”, pontuou Mascarenhas.

A articulação entre governo, academia e empresas para a melhoria do setor também foi defendida pelo presidente da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX), Rubén Delgado, que apontou como principais necessidades a criação de um planejamento estratégico para a área na Bahia, a capacitação de mão de obra de acordo com as necessidades das empresas locais e o incentivo à elaboração de projetos de pesquisa.

Iniciativas

Entre as ações para a melhoria do setor no estado, foi apresentada criação da Associação das Indústrias de Eletroeletrônicos, Telecomunicações e Informática do Polo de Ilhéus (Assipi), constituída em abril deste ano. “Nosso objetivo é fortalecer e melhorar a competitividade dos setores instalados no Polo de Informática de Ilhéus, com ações para a diversificação do polo, com empresas inovadoras de software”, sintetizou o presidente da associação, Christian Dunce.

No que diz respeito à capacitação de mão de obra para a área, o diretor Regional do SENAI-BA, Leone Peter, apresentou as ações da instituição, a exemplo dos cursos técnicos, de qualificação, graduação e pós-graduação, além de outras iniciativas, como o Programa de Aprendizado Jovem (Proaj), realizado em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), com o objetivo de capacitar alunos do ensino médio da rede pública em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Os projetos do governo estadual para a expansão do setor foram apresentados pelo secretário da SECTI, Paulo Câmera. Além da inauguração do Parque Tecnológico e do Proaj, o secretário ressaltou outras ações, como o Projeto Rede de Banda Larga, que, segundo ele, vai atingir todas as principais cidades baianas. Com investimentos na ordem de R$119 milhões somente para a primeira etapa, o projeto conta com recursos assegurados pelo BNDES.

Também participaram das discussões a presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação Regional Bahia (ASSESPRO-BA), Andrea Campelo, que falou sobre as oportunidades para as micro e pequenas empresas locais de TI; e o professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e diretor do Centro de Projetos Fraunhofer para Engenharia de Software e Sistemas, que apresentou a parceria da Ufba com a Sociedade Fraunhofer, a maior instituição de pesquisa aplicada da Europa.

O seminário contou, ainda, com as presenças dos secretários estaduais da Fazenda, Luiz Alberto Petitinga e da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, além do gerente de TI da área industrial e representante do BNDES, Ricardo Lima e do o chefe do Departamento de Tecnologia da Informação e Serviços da FINEP, André Nunes.