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Tasso Franco

JERÔNIMO COMANDARÁ BASE POLÍTICA PISANDO EM CRISTAIS DIANTE RUXWA (TF)

Vai ser preciso muita manobra que manter base unida
11/03/2023 às 17:47
 1. A eleição de Aline Peixoto para o TCM foi consumada e o governador Jerônimo Rodrigues, mais cedo do que se imaginava, já a nomeou para o cargo exonerando-a de outro na Secretaria de Saúde. Hoje, tomou posse no TCM. As favas estão contadas e não se discute mais esse assunto, em si, no âmbito da Assembleia Legislativa a Casa que a entronizou com 40 votos dos 63 parlamentares. No mais, 19 votos obteve o candidato a oposição, Tom Araújo, e 4 foram em branco. 

   2. O que se avalia doravante é como a base governista internamente vai se comportar diante da latente fissura entre o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, seu padrinho político, hoje, ainda no mesmo barco comandado por Lula, porém, distantss um do outro. 

  3. Esse distanciamento, não um rompimento, vem desde quando Rui não aceitou a candidatura de Wagner a governador da Bahia, no início de 2022, quando a direção estadual do PT o lançou pré-candidato a governador. Rui, então governador, nada disse, porém, mais adiante impôs seu candidato Jerônimo Rodrigues.

  4. O PT e Wagner tiveram que recuar senão haveria um racha e o candidato da oposição, ACM Neto, ganharia a eleição. O senador engoliu a seco o nome de Jerônimo, fez o politicamente correto na campanha, e o candidato petista foi eleito graças a força de Lula e a união da base governista comandada por Rui Costa que ficou no governo até o final e do senador Otto Alencar e o PSD.

  5. Eleito Jerônimo e Rui nomeado chefe da Casa Civil, Lula revelou gratidão com a Bahia, mas Wagner não foi nada do que se falava sobre ele de que seria ministro das Relações Exteriores ou da Defesa. Permaneceu senador, hoje, líder do governo. E Rui, ao lado do presidente, no núcleo duro do governo, o superou em poder.

  6. Veio a indicação de Aline Peixoto, esposa de Rui ao cargo de conselheira do TCM. Tudo estava correndo bem quando Wagner deu uma declaração no Podcast da Metrópole dizendo que "Não" faria uma indicação dessa natureza. Ou seja, era contra. Em sendo contra Aline se posicinou também contra Rui. Criou-se um aparente impasse. A candidatura de Aline já estava praticamente consolidada na base e nem o PT seguiu Wagner; nem a base rachou. Rui venceu mais uma.

  7. Agora, caberá ao governador Jerônimo conduzir a base no seu governo que está só começando e tem apenas 70 dias, como se o chefe do Executivo estivesse num salão com piso de cristal, tendo que andar com bastante cuidado, uma vez que essa possível fissura interna entre Rui x Wagner é sutil e difícil de ser administrada. Mas, nada impossível e que não possa ser equacionada. 

  8. Quais serão os próximos lances ninguém sabe ainda porque a política tem seus ritos próprios e Jerônimo, independente de sua própria atuação, tem um magistrado que deverá ajudá-lo em caso de um impasse maior que é o presidente Lula. A Bahia é sua joia preciosa e imaginar que ela fissure numa disputa entre suas duas maiores lideranças do PT, isso é inimaginável. Mas, ainda assim, Wagner já tomando 2x0 é preciso contemplá-lo com algo para que o placar se equilibre e não vire uma goleada.

  9. Jerônimo não tem experiência política mas deu sinais de fidelidade a Rui nomeando Aline em menos de 24h dela ter sido eleita pelo plenário da Assembleia, possívelmente para evitar quaisquer contestações ou espaços para alargar o debate na midia, assunto que está em pauta há meses.

  10. Portanto, só resta esperar o que vai acontecer daqui pra frente. Dar palpites não é conveniente nem desejável. Nós, da imprensa seguimos o andar da carruagem nunca à frente dos bois. Quando ela se mover novamente voltaremos a comentar. (TF)
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