Colunistas / Política
Tasso Franco

RUI faz minirreforma política e dá força ao PT de Wagner e ao PSD (TF)

Um ex-governador nomeado secretário de Estado é a primeira vez que ocorre na Bahia
21/01/2017 às 20:34
  A minirreforma promovida pelo governador Rui Costa (PT) e anunciada na noite de ontem tem mais caráter político do que administrativo. O governador diz que o objetivo da troca de 6 secretários, do diretor da Conder e da BahiaInvest é melhorar ainda mais a equipe. 

   Respeita-se a opinião do chefe do executivo baiano. Mas, pelo que se denota, o governador trocou um técnico na SDE (antiga Secretaria da Indústria e Comércio), por um político, o ex-governador Jaques Wagner e abriu precedente único na história política baiana de nomear um ex-governador para um cargo de secretário.

   Diz-se, no mundo da política, que um gestor não deve nomear uma pessoa que não pode demitir. 

   Ora, Wagner foi o responsável pela eleição de Rui deputado federal, depois secretário de estado e adiante governador do estado. Há quem admita que a indicação de Wagner é uma forma de blindá-lo diante de possíveis investigações da Operação Lava Jato, uma vez que foi ministro de Lula e de Dilma. 

   Como será esse relacionamento de Rui/Wagner só o tempo dirá. Inicialmente, JW fora colocado no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, cargo apagado, e aí menos mal pra Rui. Mas, agora, na SDE, uma das secretarias mais importantes do estado porque cuida do desenvolvimento econômico, a situação é outra. 

   Ademais, Rui substituiu Carlos Martins, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, cuja obra mais visivel é o Metrô da capital, pelo inexperiente Fernando Torres, uma indicação politica do senador Otto Alencar, abrindo caminho para que o ex-secretário de Comunicação do governo Wagner, Robison Almeida, assume a função de deputado federal, pelo PT.  Mantém, aí, o deputado Josias Gomes nas Relações Institucionais, o que muitos acreditavam ser removido.

   Fortalecimento, pois, do PT wagneriano com Robison, o qual já tem como fortes aliados de Wagner, Luiz Caetano, Nelson Pelegrino, Jorge Solla e Afonso Florence, só para citar alguns nomes.

   Rui Troca Álvaro Gomes, ex-deputado do PCdoB, na Secretaria do Trabalho (feudo do PCdoB desde Vasconcelos, com Wagner) por Olivia Santana, numa espécie de 6 por 1/2 dúzia, uma vez que ambos são políticos e só fazem política no governo. A diferença é que Olivia tem ideias mais atrasadas do que Gomes. Rui, no entanto, gosta dela e até queria que fosse a candidata a prefeita da capital substituindo Alice Portugal. 

   Ao que tudo indica, com essa mudança, ficará ainda mais difícil para Álvaro Gomes tentar voltar à Assembleia Legislativa como depuado. Olivia passa a ser a bola da vez

   Na SPM o PCdoB manteve o posto colocando a médica Julieta Palmeira, militante comunista. 

   No mais, nada expressivo. A Secti, secretaria apagada com Manoel Mendonça, passa para Vivaldo Mendonça. A Conder, sai Lúcio (ligado a César Borges) e entra Abal Magalhães, diz-se anti-petista. E para o BahiaInvest vai Hereda.

   O governador ainda revela que mudará o secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, desgastado com os incêndios na Chapada Diamantina e não mudou nem extingiu nenhuma das demais secretarias. 

   A boataria em torno do secretário da Cultura, Jorge Portugal, cesssou. Ele está mantido. Seguem também Bruno Dauster, na Casa Civil, e Vitor Bonfim, na Agricultura, este último indicação do PDT. Foi também mantido o diretor da Embasa, indicação de Marcelo Nilo.

   Vê-se, pois, que a minirreforma de Rui foi apenas política dentro da estrutura adminstratiica. Por enquanto, o PSB da senadora Lidice da Mata fica com a mixórdia Secti(TF)