Colunistas / Política
Tasso Franco

SUCESSÃO 2014 na Bahia e a nova ordem emanada das ruas

Eliana Calmon é a cara da nova ordem para governar a Bahia
19/06/2013 às 11:30
 1. Os protestos que acontecem nas ruas do Brasil estariam sinalizando para o surgimento de uma nova ordem no meio politico nacional e isso vai mexer com a sucessão presidencial e as eleições estaduais. Seria o fim dos políticos carreiristas profissionais e que topam fazer todo tipo de acordo para se manterem no poder? Não diria que seja o fim, mas, haverá mudanças e essa gente vai sofrer bastante para se reeleger, salvo aqueles que têm redutos nos currais eleitorais já encastelados há anos.

   2. Em princípio, no Brasil, a ex-senadora Marina Silva (Rede) parece ser a grande beneficiada com os movimentos que levaram quase 70 milhões de pessoas a comentar nas redes sociais. Como ela foi a política que melhor usou a web na campanha passada (20 milhões de votos) e está distante das maracutaias nacionais e dos conchavos com os partidos tradicionais, leva vantagem sobre os demais. 

   3. A presidente Dilma está no desgaste tanto que, hoje, correu até SP para conversar com Lula e o marketeiro João Santana. Aécio Neves (PSDB) pelo que se viu nas ruas, o tucanato de Alckmin tentanto consertar a irracionalidade inicial dita lá de Paris, de não negociar, manter a ordem, etc, dançou. Eduardo Campos, o qual fala num novo modo de governar, com seu socialismo caboclo também leva vantagem e até usou a TV para "pongar" na desoneração das tarifas, segundo ele, cara demais diante dos impostos.

   4. Dá pra surgir uma nova voz? Sim. Se o presidente do STF, Joaquim Barbosa, entrar num partido a tempo, é o cara. Hoje é quem fala o que os brasileiros querem ouvir, a última das suas, numa conferência, disse que os politicos brasileiros e o Congresso são uma brincadeira.  

   5. E na sucessão de Wagner na Bahia? Todos os pré-candidatos até agora anunciados são politicos profissionais, alguns que já mudaram de partidos várias vezes, outros que já tiveram experiências administrativas desastrosas, inclusive os dois piores prefeitos da capital, e não há ninguém que se enquadre nessa nova ordem. 

   6. E existe alguém falando o que as pessoas gostariam que acontecesse? Sim. Eliana Calmon, a qual levantou a voz nacional diante da morosidade e dos desmandos prováveis na Justiça. Acontece que Eliana não é política. Ainda não estaria filiada ao PSB embora o governador de PE, Eduardo Campos, tenha falado no seu nome como uma provável candidata a governadora da Bahia.

   7. Seria uma novidade e tanto se isso acontecesse. Entre os políticos baianos não citados como pré-candidatos até agora existem nomes que se destacariam nessa nova ordem? Não. É só olhar as propagandas que estão no ar, na TV, do PCdoB e do PSDB com linguagens da "velha ordem". Passem o olhar nos deputados federais: todos profissionais da politica. Olha o que acontece na Assembleia: zero em destaque na nova ordem.

   8. Então, como não dá para se mover o sistema política a curto prazo, é provável que nas eleições estaduais no nosso estado, a Bahia dificilmente terá um nome competitivo no páreo majoritário pela nova ordem, mas, poderá haver uma mudança significativa na Assembleia e na representação federal.