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BAYO LANÇA EP "ATLÂNTICO SUL" E UNE ARTISTAS DO BRASIL E ARGENTINA

Dia 27 de agosto
Bruno Lima , Salvador | 27/08/2021 às 13:37
BAYO
Foto: MARIANA AYUMI

Com 4 faixas inéditas e um “jeitinho Caymmi” de ser, o duo BAYO, formado pelos soteropolitanos Graco e Nina Campos, divulga seu segundo EP, “Atlântico Sul”. Disponível em todos os aplicativos de música, o projeto reflete sobre como a história, os mares e as marés são capazes de separar, mas ao mesmo tempo unir.

 

Na base, dando todo o clima do registro, guitarras, beats eletrônicos e tambores, tocados pelo Mestre Mario Pam (Ilê Aiyê) e Japa System (Baiana System). Essa percussão, potente e cheia de significados, traz um movimento de celebração ancestral que conecta a Bahia ao mundo. Nas vozes, relações geográficas, culturais e espirituais ganham vida com as cantoras Okwei Odili (Nigéria) e Pali (Argentina). O brasileiríssimo Dieguito Reis, também integrante da banda Vivendo do Ócio, está entre as participações especiais. 

 

“Nesse trabalho sentimos a necessidade de ampliar o sentido de pertencimento dos baianos, brasileiros e sul-americanos que estão ligados e interligados ao continente africano por meio do oceano. Isso é muito poderoso e representativo pra gente. Queremos estreitar esses laços e construir novos caminhos de encontro, sem contudo deixar de reconhecer que essas rotas e correntes já serviram ao cruel objetivo de escravizar”, explica Graco, que também assina a produção de todas as 4 faixas inéditas do registro.

 

As mixagens ficaram por conta de Dudu Marote e Victor Vaughan. A masterização é de Fernando Sanches. As fotos e a capa do disco são assinadas por Mariana Ayumi e Natália Arjones. 

Nesse mergulho, que toca, canta e encanta pela eletricidade, Olodum, Ramiro Musotto, Timbalada, Mia Couto, Ernest Hemingway, Itamar Vieira Junior e a performance “Lavagem“, de Raiça Bomfim, são algumas das inspirações.

 

“Atlântico Sul” é realidade litorânea, urbana e caótica. É política. Um retrato das batalhas do cotidiano e a lida de quem luta em busca da vida. 

  

 

 

FAIXA A FAIXA POR BAYO

1- Atlântico Sul


A primeira faixa do disco traz a força do feminino através das vozes de Okwei Odili (Nigéria) e Pali (Argentina), propondo o encontro de países banhados pelo Atlântico Sul. A faixa cantada em português, espanhol, igbo, ukwani, yoruba e inglês traz a diversidade de culturas interligadas histórica e geograficamente por “este amor atlántico profundo”.

2- Salvation


“Corrente de ferro, corrente de mar, uma te prende outra leva você (...) O mar que separa me liga a você.” 


A letra da canção, escrita em parceria com Fábio Cascadura, mostra o desejo de estreitar relações, construir novos caminhos de encontro, sem contudo deixar de reconhecer que as rotas e correntes do Atlântico Sul já serviram ao cruel objetivo de escravizar.

3- É Peso


As puxadas de rede em Itapuã e o livro “O velho e o Mar” de Ernest Hemingway são as referências para a terceira canção do EP. “É guerra de vida e morte, é peso, é peso (...) O velho sente o corpo mas não solta a corda.”. As batalhas do cotidiano e a lida no mar para buscar a vida.

4- A Mulher em Flor


Na alvorada do dia 2 de fevereiro no Rio Vermelho surge um grupo de mulheres com cabeças de flor. Elas se reúnem para saudar Iemanjá em uma ação proposta pela multi artista Raissa Bonfim. Essa imagem norteia a última faixa do EP. Tem participação de Dieguito Reis. O sagrado e o profano banhados no suor, na água salgada e na alfazema. Os mistérios do mar e da cidade. 

 

SOBRE BAYO

 

Formado pelo músico, compositor e produtor baiano Graco em parceria com Nina Campos, BAYO revisita as raízes do samba-reggae e dos sambas-afro, mixando referências de uma Salvador litorânea, urbana e caótica, riffs de guitarra e beats eletrônicos.


O projeto é fruto das experiências acumuladas nos anos de trabalho que ambos tiveram com diversos gêneros musicais. Graco fez parte da banda de hard core Inkoma, da banda Scambo e atualmente se dedica ao projeto Bailinho de Quinta. Nina integrou a Flauer e hoje se dedica ao punk rock da Macuma Love.

 

A primeira faixa do duo, “Paraguaçu”, faz parte da coletânea  “Bahia Music Export” e da compilação inglesa “The Rough Guide to Psychedelic Samba”. A segunda, ”Peixe”, parceria com Fábio Cascadura, foi uma das finalistas do XIII Festival da Educadora, enquanto o terceiro single, “Oriente”, também ficou entre as selecionadas para o mesmo festival na sua XV edição.

 

Em 2017, Graco e Nina realizaram seu show de estreia durante o “Festival no Caminho”. Foram acompanhados dos percussionistas Mestre Mario Pam (Ilê Aiyê) e Nanny (Cortejo Afro). Em 2018, participaram das programações do “Panorama Lado BA”, do “LáLá B” e “Festival Hype”, por onde circulam artistas de destaque da atual música baiana e brasileira.


Em 2018, divulgaram o primeiro disco, "Peixe". A faixa-título do registro, uma parceria com Fábio Cascadura, foi a música baiana mais executada na Educadora FM e também ganhou versão audiovisual assinada pelo consagrado diretor Rafael Kent. Com esse repertório, tocaram no Festival Sangue Novo e Digitália.


Dois anos depois, já em 2020, BAYO lançou o single “Correnteza” em parceria com Nikima e participou do Festival Espanhol “Percumon”. 

 

*Projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.