Carnaval de Salvador tem mecanismos próprios de sobrevivência da população mais pobre e que ganha pequenos dividendos na festa
Tasso Franco , da redação em Salvador |
07/02/2013 às 10:32
Dezenas de carros de mão com isopores para venda de bebidas alcoólicas
Foto: BJÁ
Veja só o que disse a Prefeitura de Salvador, em nota, ontem:
"A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), anuncia que o Carnaval de 2013 contará com fiscalização mais dura para coibir práticas irregulares nos circuitos da festa. São proibidos carrinho de mão, fogareiro de queijo coalho, espetinhos de churrasco, garrafas de vidro, arma branca, desvio de energia por parte dos ambulantes e venda de bebida alcoólica artesanal a exemplo da mistura conhecida como príncipe maluco. A secretária Rosemma Maluf reuniu-se hoje (06) com o representante da Guarda Municipal, coronel Peterson Tanan Portinho, o diretor de Serviços Públicos, Elton Alonso, e o diretor de iluminação da Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop), Helder Lopes, na Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização, na Rua 28 de Setembro, Baixa dos Sapateiros".
Agora, veja o que aconteceu no primeiro dia de Carnaval, na Barra: carrinho de mão à mancheia no circuito Sérgio Bezerra (mais de 50 contamos), venda de queijo coalho, pipoqueiros com fogo e carrinhos com vidro nas laterais, venda de "principe maluco", menores catando latinhas e muitos trabalhando e assim por diante. E mais: ocupação das vias transversais da Barra por ambulantes e vendedores de todo tipo de produto carnavalesco.
Quem conhece o Carnaval de Salvador sabe que é assim que funciona e não adianta a Prefeitura ficar prometendo o que não pode fazer, porque quando os ambulantes, centenas, milhares, ocupam os espaços numa festa dessa dimensão fica impossível retirá-los.
Pode dar uma ordenada aqui, outra acolá, que está de bom tamanho. Agora, prometer o que não se pode realizar não dá pedal.
Quer saber mais: tinha bloco ontem na Barra com bebida artesanal em seu bar andante.