A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que prestigiou a saída do bloco afro Ilê Aiyê nesta noite de sábado, afirmou que há "uma quantidade grande" de débitos e restos a pagar do programa Pontos de Cultura, fruto de convênios em atraso de 2010 e anos anteriores, quando a pasta era ocupada pelo baiano Juca de Oliveira (PV).
"Não sei porque existe esse débito, não foi na minha gestão. Não posso dizer sobre o que não era meu", disse a ministra que não soube mensurar no momento o valor da dívida.
Ela garantiu, no entanto, que mesmo com os restos a pagar e a contingência de mais de R$ 600 milhões em sua pasta, terá como uma de suas prioridades honrar os débitos de convênios do programa Pontos de Cultura, carro-chefe das gestões anteriores. "Agora a gente tem de rever todos os contratos para ver qual está inadimplente, não podendo nem pagar. Tem de ver quais já aconteceram, quais não foram pagos".
A ministra não quis comentar o imbróglio envolvendo o sociólogo Emir Sader, antes nome certo para assumir a direção da Casa de Ruy Barbosa e defenestrado após ter dito, em entrevista, que Ana de Hollanda era "um pouco autista". "É uma coisa que nem tenho que comentar. Eu falei com ele, por telefone, eu em Brasília e ele no Rio, mas nem vou comentar um assunto tão delicado desse em público".
Direitos Autorais - Ana de Hollanda afirmou, ainda, que "estão interpretando ou querendo deformar" o teor da discussão sobre o projeto-de-lei que trata dos Direitos Autoriais, que deve ser revisto em sua gestão . "Eu estou dizendo que eu quero discutir porque ninguém conhece esse projeto-de-lei. O que foi mandado para o Congresso não foi o que estava sendo discutido naquele momento. Dia 23 de dezembro foi enviado para o Congresso um projeto que ninguém sabe como é que estava formatado".