O modismo do Circuito Dodô, da Barra a Ondina, reforçado pela presença das principais atrações artísticas baianas e nacionais, a aprazível brisa do mar, os camarotes com celebridades, a preferência de cobertura dos meios de comunicação e a proximidade de boa parte da rede hoteleira cinco estrelas, reforçando a participação dos turistas, acrescentando-se a preferência da classe média, são pontos que indicam a valorização do Carnaval na Barra.
Enquanto um circuito contabiliza pontos positivos, em contrapartida, o tradicional Circuito Osmar vem demonstrando a cada ano as faces do declínio, possivelmente iniciado com a não-realização, há anos, do encontro dos trios, na Praça Castro Alves, na virada de terça para a quarta-feira de cinzas. A ausência de trios independentes com artistas consagrados também colabora para o declínio do tradicional circuito.
Custos da festa
Para o presidente da Câmara, vereador Alan Sanches, é preciso discriminar detalhadamente os custos do Carnaval para entender o custo da festa. "Os vereadores, compreendendo bem o custeio do Carnaval, poderá debater com mais precisão e propor melhorias efetivas", destacou, acrescentando que "o Carnaval tem que ser auto-sustentável".
Sobre a revitalização do Circuito Osmar observou que instalação de camarotes, como acontece na Barra, poderá incrementar o tradicional circuito.
Como forma de ampliar o debate, o vereador Gilmar Santiago (PT) requereu no dia 10 de fevereiro, antecipando os desdobramentos da festa, a realização de uma sessão especial para debater o Carnaval de Salvador. O vereador Laudelino Lau, por meio da bancada do PSB na Câmara, também está solicitando a realização de uma sessão especial que, além da revitalização do Circuito Osmar, pretende abordar aspectos sócio-econômicos e de infra-estrutura.
A valorização dos blocos afros, desfilando em horários nobres, no entendimento do vereador Orlando Palhinha, corroborará em muito para a revitalização do Carnaval do Centro da Cidade. "No sábado, por exemplo, não havia presença de trio na rua. Bem que poderia ter um bloco afro desfilando", comentou Palhinha.
"A Câmara tem que debater o Carnaval como um todo", defende a vereadora Aladilce Souza. Além da revitalização do Circuito Osmar, destaca a ampliação do acesso e um melhor tratamento ao folião pipoca; "exprimido na festa, que, no atual formato, vem cada vez mais se privatizando". Frisa a vereadora que "o orçamento público não pode ser penalizado com a festa".