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EM BARULHOS URBANOS, ZÉDEJESUSBARRÊTO DE OLHO NA CIDADE E NO CARNAVAL

ZédeJesusBarrêto é jornalista
| 01/02/2008 às 20:05
    A rádio do pastor massifica: Beba pitu, tome cerveja, birita no tubo o dia inteiro!

No templo da mesma fé, o ‘bispo' fatura tirando o satanás do corpo dos bêbados.


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   Há leis municipais, estaduais, federais que proíbem o uso de faixas de propaganda pelas ruas; que punem os que usam os postes e logradouros públicos como suporte para propagandas; que condenam peças publicitárias próximas de sinais de trânsito...

Pois a cidade, dia sim dia não, enche-se de faixas exaltando as "virtudes" de vereadores que taparam o buraco do asfalto, do prefeito que deu banho de piche no chão, do ministro que ama as águas do rio, do governador que tá mudando a Bahia...

E as tabuletas nos postes melam a visão apontando os que deram um trocado para o folia, prejudicam o entendimento da sinalização e cansam o a paciência do cidadão, com tanta repetição de peças publicitárias ordinárias de tão ruins...


Eles fazem as leis para que eles mesmos descumpram. Pronto.


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O rei Moooomo era, sempre foi sinônimo de fartura, gordura, comilança, bebedeira, farra, gastança, esbórnia!    Mas descobriram o Rei Mimo, ou melhor o Rei Mínimo.

Clarindo Silva tem cara de tudo de bom nessa Bahia, grande figura e amigo, mas... 

Rei Momo?  Nem leva jeito, metido em seu branco de paz. Rei mico!


Com todo o respeito ao belo texto de Badá, em defesa do reinado da coroa frouxa!


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Existem leis que regulamentam o uso da verba pública para a publicidade oficial.

Sò deveria ser usada para orientação, serviços, campanhas públicas...

Mas os "donos" da verba não tão nem aí pra lei.  Nada de campanha educativa, de saúde, de bons hábitos, de combate à violência, de conservação do patrimônio público, de proteção à vida, nada!!!  Pra quê?      O importante é "trabalhar" a figura do poderoso, eterno candidato, sempre, a qualquer coisa!  Viva aquele que faz e acontece!

E tem o poder da caneta para assinar o cheque.


Trocou uma lâmpada, "banho de luz!" ; Tapou um buraco, "banho de asfalto"; Peidou, fui eu!"; Assinou o início de uma obra, "estamos construindo uma nova Bahia" e por aí vai, no ralo, o dinheiro público.  De Brasília a Xique-xique.   


Perguntar não ofende: Agora pode ?


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A Bahia sempre se destacou pela sua dança, pela capacidade, facilidade que sua gente misturada sempre teve de dançar, de inventar coreografias. Somos um povo dançante. O baiano dança carregando balaio na cabeça, como disse o grande baialarino negro Clyde Morgan.  A primeira escola de dança de nível superior no Brasil foi aqui na Bahia, nos tempos de Galewsky, de Rudska ...    A Bahia, durante algumas décadas, foi referência no ensino da dança moderna. Um orgulho.

Pois simplesmente rifaram o Balé do Teatro Castro Alves. Pra quê, né? 

Dançamos. Republicanamente.


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Um dica para os que pensam pensar o carnaval baiano:

Incentivar o carnaval popular nos bairros não é simplesmente plantar um palanque, duas gambiarras e dar uma merreca pra tocar em cima três bandinhas "chupa catarro"!

É preciso resgatar a tradição dos blocos e batucadas de rua em cada bairro, os grupos de mascarados, as fantasias,  as brincadeiras das turmas de vizinhos, abrir espaço na avenida para as manifestações simples, criativas e espontâneas do povo, o que surge nos bairros. 


Cadê o "broco das nigrinha"?  "As pirigueti de massaranduba?"  "Os otário do pau miúdo?"  " As buxuda da curva grande?"  "Os liguarudo da ribeira?"  "As rabuda do beru?" "Os filhos da pauta?" "As tribufu do lobato?" "Os piru do bico doce?"


É preciso que voltem às ruas as batucadas de lata, o samba de esparro, a pescada das piranhas, os cuviteiros de itinga, as meninas do bago doce, os caretas abusados, os cobradores, os cangaceiros, os grupos de violas e cavacos, as meninas dos timbaus, o samba-de-roda de prato e colher, o jongo... e por ai a fora.


É incentivando as brincadeiras nas comunidades, o ano todo, muitas vezes, que a gente diminui a violência no meio dessa garotada.  


Vamos criar uma cultura mais alegre, mais divertida e menos competitiva. Vamos inventar danças menos agressivas, vamos compor músicas com letras menos desrespeitosas, vamos bailar de braços abertos nas ruas, distribuindo beijos e afagos, ao invés de socos e mãos crispadas.


                                                            *


No mais ...

Ô brancão!  O negão é seu irmão!    Ô negão , o branquelo pode ser seu bróder.    

O grande mistério da vida se abriga nas diferenças !  

Juntar, sempre; nada de separar.

Viva a diversidade humana !