Em entrevista recente no programa de Mário Kértesz, na Metrópole, o governador Jaques Wagner disse que mudar integrantes de uma equipe de governo é natural dentro do processo de gestão, mas, também deixou bem claro que não fará alterações de qualquer natureza sob pressão de quem quer que seja.

   E aí, obviamente, estão relacionados a imprensa, a oposição na Assembléia Legislativa e setores organizados da sociedade - MNU, OAB, etc. Há, no entanto, sinais dando conta de que o governador estaria disposto a dar uma mexida na sua equipe da área de segurança, na cúpula e alguns setores da inteligência, dado o desgaste que o governo sofre com o aumento da violência.

    Além disso, segundo uma fonte do governo, Wagner quer remotivar a Agenda Bahia visando uma ação integrada entre os três poderes - Executivo, Legislativo de Judiciário - com termos já assinados em maio do ano passado, visando uma operação conjunta para conter a violência.

    Só entre a manhã da última sexta feira e ontem 9 pessoas foram assassinadas na RMS. A estatística revela a tendência de aumento de homicídios na comparação com o ano passado, e durante apenas uma semana já haviam ocorrido 36 mortes violentas na capital baiana e RMS, uma média de sete por dia, enquanto a média do ano passado era  de 3,7 por dia.

   DESGASTE

   Há, e isso não se pode negar ou tentar tapar o sol com a peneira, um desgaste enorme no Executivo (Judiciário e Legislativo não são atingidos diretamente por essa questão) porque a relação da sociedade com o poder se dá com o presidente, o governador e o prefeito eleitos e não com os juizes, desembargadores e deputados.

   Daí que, embora haja uma questão estrutural a ser resolvida, e uma lei proibindo o uso de bebidas alcoólicas nos finais de semana e a partir de determinada hora sempre é falada e nunca colocada em prática, quem paga o pato é o governo entendido assim como o executivo (Jaques Wagner).

   Estamos às vésperas de um Carnaval. O reinado de Momo em Salvador é um marco temporal na política baiana e em indicadores de várias naturezas. Agora, associa-se à mudanças na cúpula da segurança pública.

   Entra-se, portando, a partir desta segunda-feira, data em que o presidente Lula visitará a Bahia, numa semana decisiva para a política e para a polícia baianas.