O Jornal da Massa, de Ratinho, SBT, repetiu várias vezes cenas do crime no circuito Barra.
A garota baleada no pescoço durante desfile do Pipocão, de Borwn (Foto/Terra)
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A imprensa nacional praticou seu "esporte" predileto ao denunciar que o Carnaval de Salvador é violento. Jornal Nacional (Globo), jornal do SBT, jornal da Massa (Ratinho) repisaram que a violência cresceu muito na Bahia, na festa de Momo, com tiros, pancadaria e sufoco do folião pipoca.
As informações ainda não são oficiais nem conclusivas do Carnaval, mas, já foram registrados 6 mortes, mais de 1.200 atendimentos nos postos de saúde da Prefeitura a maioria envolvendo violência, 55 arrastões em ônibus, 10 furtos de veículos e dezenas de queixas em delegacias. A SSP deverá divulgar nesta quarta-feira de cinzas os números oficiais.
O crime mais exposto aos olhos dos foliões ocorreu no circuito Barra, uma briga de gangues juramentada de morte, na qual foi morto um jovem e baleada no pescoço uma mulher que poderá ficar paraplégica se sobreviver. Mataram também um sargento da PM e suspeita-se de um aluno da Academia de Polícia. Os outros crimes aconteceram em diferentes áreas da cidade reflexos do Carnaval, mas, não necessariamente no âmbito dos circuitos.
BARRA/ONDINA
O circuito Barra/Ondina até por ser o mais cheio e onde se consome mais bebidas alcoólicas está sendo considerado pelas estatísticas como o mais violênto. Já o circuito Batatinha, no Pelô, é o mais pacífico.
MASSA
O apresentador Ratinho, sem conhecimento do Carnaval de Salvador, chegou mesmo a dizer que a violência era fruto dos abadás. Que houve uma mercantilização excessiva do Carnaval e que, como os pobres não podem pagar até 800 "contos" por um abadá estão se revoltando nas ruas. Loucura de revelação.
COMENTÁRIO
A violência no Carnaval de Salvador, historicamente, tem sido praticada devido ao uso excessivo de bebidas alcoólicas por alguns foliões, em outros casos por rixa de gangues de bairro e/ou casos passionais. Há, é verdade, uma limitação muito grande no espaço reservado aos foliões pipocas que estão ficando cada vez mais mais espremidos entre as cordas dos blocos e as plataformas dos camarotes.
Levando-se em considração o número de foliões que comparecem aos circuitos, diariamente, os números da SSP (também ao longo dos anos) tem demonstrado que os atos de violência praticados em Salvador são considerados até pequenos.
Este ano, a rigor, a novidade foi a mudança da estratégia de grupos de marginais que estão fazendo arrastões nos ônibus, mas, nesses casos, até agora não foram registradas mortes. Só furtos.