Saúde

NOBEL MEDICINA: ENTENDA COMO DOR CRÔNICA PODE ESTAR COM DIAS CONTADOS

A grande descoberta dos cientistas
Tasso Franco , da redação em Salvador | 04/10/2021 às 10:54
A importância do Nobel de Medicina
Foto: SP
   No prêmio Nobel de Medicina, a descoberta do professor David Julius, da Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), se deu a partir de pesquisas sobre a dor de queimação que sentimos ao comer uma pimenta malagueta. Ele fez experiências utilizando a capsaicina, composto ativo que é a fonte de ardência da pimenta.

  Pesquisador fez experiências utilizando a capsaicina, composto ativo que é a fonte de ardência da pimenta
Ele descobriu o tipo específico de receptor (uma parte de nossas células que detecta o mundo ao seu redor) que respondia à capsaicina.

  Outros testes mostraram que o receptor estava respondendo ao calor e era ativado em temperaturas "dolorosas". É o que acontece, por exemplo, se você queimar a mão em uma xícara de café.

  A descoberta levou a uma enxurrada de outros sensores de temperatura sendo descobertos. Julius e Patapoutian encontraram um que pode detectar o resfriado.

  Enquanto isso, Pataoutian, trabalhando no Instituto de Pesquisa Scripps, também cutucava células em uma placa.

  Esses experimentos levaram à descoberta de um tipo diferente de receptor, que é ativado em resposta à força mecânica ou toque.

Quando você caminha na praia e sente a areia sob seus pés, são esses receptores que estão enviando sinais ao cérebro.

  Esses sensores de toque e temperatura, desde então, têm mostrado desempenhar um amplo papel no corpo e em algumas doenças.

O primeiro sensor de calor (chamado TRPV1) também está envolvido na dor crônica e na forma como nosso corpo regula sua temperatura interna.

Já o receptor de toque (PIZ02) tem várias funções, relacionadas desde ao ato de urinar até à pressão arterial.

O Comitê de Premiação afirmou que o trabalho deles "nos permitiu entender como o calor, o frio e a força mecânica podem dar início aos impulsos nervosos que nos permitem perceber e nos adaptar ao mundo ao nosso redor".

"Este conhecimento está sendo usado para desenvolver tratamentos para uma ampla variedade de doenças, incluindo dor crônica", acrescentou.