De janeiro a agosto de 2008, foram registrados 2.546 abortos na capital baiana. Esses dados constam do dossiê, ¨A Realidade do Aborto Inseguro na Bahia: a Ilegalidade das Práticas e os seus Efeitos na Saúde das Mulheres em Salvador e Feira de Santana,¨ divulgado hoje pelo Instituto Mulheres pela Atenção Integral à Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (Imais).
 
O ato contou com a presença da deputada Lidice da Mata que considerou o documento elaborado pela médica Maria José Araújo, coordenadora da rede Nacional feminista, Cecília Simonetti, Consultora de Comunicação e Saúde, e Lena Souza, membro da Rede Feminista de Saúde, como um dos mais bem fundamentados realizados em Salvador sobre o tema.

De acordo com números divulgados, 25 mulheres abortam a cada 100 internadas por parto. O número é maior do que a média nacional de 15 a cada 100. Só para se ter uma idéia da gravidade do problema, de janeiro a agosto de 2008, foram registrados 2.546 abortos na capital baiana e 10.113 no Estado.São mulheres, em geral, com baixo índice de escolaridade, negras e moradoras de comunidade pobres de Salvador e Feira de Santana, a maioria na faixa etária de 17 a 29 anos.

Ao todo, somente em Salvador, foram realizadas 8.387 curetagens pelo Sistema Único de Saúde (SUS), durante o ano de 2007. Isso representa quase 699 por mês, 23 por dia, um a cada hora.

No Brasil, os números neste setor são ainda mais preocupantes. De acordo com dados do Ministério de Saúde (MS), em 2007, 220 mil internações no SUS foram motivadas por aborto inseguro.

Na segunda-feira a deputada vai fazer um pronunciamento na Câmara sobre os números revelados pelo dossiê e solicitar mais verbas para os programas de atendimento à saúde da mulher e agilidade na adoção de políticas publicas visando minimiza o problema.