Salvador

Torcedora racista do Grêmio responde por crime cometido contra Aranha

Caso de racismo explícito no Rio Grande do Sul
Globo Esporte , POA | 29/08/2014 às 12:40
Torcedora Patricia Moreira chamou o goleiro do Santos de macaco e foi afastada do emprego
Foto: ESPN
A torcedora gremista flagrada pelas câmeras de transmissão de TV chamando o goleiro Aranha de "macaco" durante a partida entre Grêmio e Santos na noite de quinta-feira, em Porto Alegre, foi afastado do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. 

Segundo a assessoria de imprensa da corporação, a torcedora de 22 anos foi identificada ainda na noite de quinta-feira (28). O pedido de afastamento partiu da própria direção do centro médico. De acordo com a Brigada Militar, tanto a clínica quanto o comando da corporação repudiam qualquer ato de violência ou discriminação de qualquer tipo.   

 O ato de racismo partiu da arquibancada posicionada atrás da meta defendida pelo goleiro, e levou o camisa 1 do Peixe a paralisar a partida, aos 42 do segundo tempo, para reclamar a Wilton Pereira Sampaio. O canal ESPN flagrou uma torcedora gritando "macaco" em direção ao goleiro, atitude que gerou grande revolta nas redes sociais.
Na manhã desta quinta-feira, o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schmitt, afirmou que o Grêmio será denunciado pelo episódio. Ele revelou que recebeu por parte do árbitro Wilton Pereira Sampaio um adendo à súmula da partida, que inicialmente não havia mencionado os atos de racismo ao goleiro do Santos.

Logo após o episódio na Arena do Grêmio, imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais. Criticada pelos seus atos, Patrícia excluiu os perfis que mantinha em sites como Facebook e Instagram.

A Polícia Civil gaúcha anunciou nesta sexta-feira que também vai investigar o caso no âmbito criminal. Segundo o Chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Guilherme Wondracek, uma carta precatória será enviada para Santos, em São Paulo, para que o goleiro Aranha possa fazer a representação criminal denunciando o crime de injúria racial