Salvador

Moradores da "Irmã Dulce" tentam invadir condomínio na Boca do Rio

As autoridades têm que tomar uma providência
Moacy Neves , Salvador | 12/08/2014 às 17:30
Áreas do condomínio foram depredadas
Foto: BJÁ
Moradores que residem na favela conhecida como "Irmã Dulce", na Boca do Rio, depredaram a portaria e tentaram invadir o condomínio Praias do Descobrimento, que fica na Alameda de mesmo nome, atrás da sede da Embasa. O fato aconteceu na madrugada da segunda (11), por volta de 0h40.

O problema aconteceu porque a Polícia Militar abordou os moradores que faziam uma festa em um bar na entrada da favela, que faz limite com os muros do condomínio Praias do Descobrimento. Já passava da meia noite quando duas viaturas da Rondesp chegaram ao local. Os moradores reagiram à abordagem da PM e a confusão começou. Irritados com a ação, que visava acabar com a festa, um grupo de cerca de 100 pessoas avançou sobre as pickups da polícia e por pouco não virou um dos carros.

Os policiais, para evitar um problema maior, se retiraram do local, mas o grupo foi atrás das viaturas. Na passagem pela Alameda do Descobrimento irromperam sobre a portaria do condomínio, quebrando os vidros e tentando arrombar a grade. Não fosse a ação dos seguranças, mesmo em menor número, o grupo teria invadido o local. Eles acusavam moradores do Praias do Descobrimento de ter acionado a polícia.

A confusão continuou. Um grupo quebrou retrovisores e vidros de carros que estavam estacionados na Alameda e na rua das Bolandeiras. Outros jogaram pedras nas vidraças dos apartamentos e ameaçaram moradores que, assustados, correram às janelas para ver o que estava acontecendo. O clima só ficou mais calmo por voltas de 1h30.

Pessoas que já residem no local há mais tempo dizem que este problema acontece todos os finais de semana. É comum as festas vararem a madrugada neste bar, na entrada da favela, inclusive de domingo para segunda. Segundo moradores, pessoas que frequentam o estabelecimento apontam para as janelas e gritam que se alguém chamar a polícia eles vão atirar. Ou seja, quem quer dormir para trabalhar na segunda cedo fica impedido e ameaçado.

Um grupo de moradores, inclusive policiais militares que moram no condomínio, está se mobilizando para abrir um canal de diálogo com a comunidade. Mas se isso não resolver, o jeito vai ser reforçar a segurança para se defender em caso de tentativa de invasão, além de tomar medidas junto à Sucom, à Polícia Militar e ao Ministério Público.