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A Tarde , da redação em Salvador |
14/06/2014 às 12:26
Manifestantes no Corredor da Vitória
Foto: Joá Souza
Os 14 adultos presos e nove adolescentes apreendidos na sexta-feira, 13, em um protesto contra a realização da Copa do Mundo em Salvador já estão em liberdade.
Segundo informações de agentes da Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), em Brotas, para onde os manifestantes foram encaminhados, os detidos foram ouvidos e liberados. Os menores precisaram da assinatura dos pais para serem soltos.
Além do efetivo do DAI, uma equipe do Ministério Público da Bahia (MP-BA), de plantão na delegacia por conta da Copa do Mundo, ajudou no atendimento dos adolescentes. Os jovens serão ouvidos pelo MP-BA na próxima semana, entre os dias 16 e 18.
Violência policial
O advogado Domingos Arjones, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento dos Protestos da Copa, da seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), classificou como "arbitrária" a ação da Polícia Militar no protesto.
"Não tem como definir a conduta dos manifestantes, então foram todos ouvidos liberados", disse o advogado, ao ser perguntado sobre os crimes nos quais os manifestantes foram enquadrados.
O confronto entre manifestantes e policiais militares, no Corredor da Vitória, começou quando o grupo, de aproximadamente 70 manifestantes (a maioria de jovens black blocs), tentava seguir em direção ao Farol da Barra, onde acontecia a Fifa Fan Fest.
Os manifestantes não respeitaram o cordão de isolamento montado no local pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar e continuaram a caminhada, que foi prontamente reprimida com bombas de gás lacrimogênio.
O grupo reagiu atirando pedras contra os PMs, que responderam agredindo diversas pessoas. Uma manifestante, que chorava após ver a prisão de um amigo, apanhou, foi xingada e teve o cabelo puxado por um major da Operação Gêmeos. A agressão aconteceu após a mulher xingar PMs de "fascistas" e "covardes".
Prejuízo e agonia
Por conta do gás lacrimogêneo, moradores do bairro passaram mal. Uma idosa de 70 anos precisou ser amparada por familiares. "Não tinhamos para onde ir, por causa da confusão, e o gás tomou conta do apartamento", relatou o almoxarife Mário César, 38 anos, genro da idosa.
A vidraçaria da concessionária Honda Imperial foi parcialmente destruída, mas não se sabia se a depredação foi provocada por manifestantes ou por bombas da PM. Alguns carros estacionados na porta do estabelecimento também tiveram vidros quebrados.
A gerência da concessionária estima um prejuízo em torno de R$ 200 mil.