Jovem se apresentou a delegacia com 5 advogados. Carro que dirigia está em nome de uma empresa.
A Tarde , da redação em Salvador |
27/05/2014 às 09:55
Rodrigo Valentim na contra-mão e em velocidade mata idosa
Foto: Facebook
O universitário Rodrigo Valentim, filho da prefeita de São Francisco do Conde (Grande Salvador), Rilza Valentim, foi preso, suspeito de ter atropelado e matado a aposentada Cleionice Barreto de Sousa, 67, na Av. Paulo VI, domingo, 25, na Pituba.
Policiais do Grupo de Apreensão e Captura do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (Grac/DHPP) localizaram Rodrigo na tarde de ontem.
Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, ele foi detido em casa, também na Pituba - há 300 metros do local do crime -, depois que populares informaram, pelo Disque Denúncia, a placa do Hyundai i30 preto que atropelou a senhora.
De acordo com a polícia, a numeração da placa facilitou localizar e identificar o suspeito, que deixou o local sem prestar socorro à vítima.
Rodrigo prestou esclarecimentos à delegada Marta
Carine (DHPP) e ao titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), Marcelo Sansão, acompanhado de cinco advogados. Conforme a polícia, ele foi autuado em flagrante por homicídio qualificado e continuará detido.
Imagens das câmeras de segurança do supermercado Redimix mostraram que o carro estava na contramão e pegou a idosa de costas, enquanto ela caminhava próximo ao meio-fio.
"Pela velocidade em que estava, na contramão, ou ele estava embriagado ou drogado. A rua estava vazia. Ele poderia ter desviado", destacou Marcelo Sansão.
Cleionice, que morava em Itapetinga (562 km da capital), estava há dois meses em Salvador e foi atropelada enquanto fazia uma caminhada por volta das 6h Ela teve o corpo arremessado contra um poste.
"Ela estava cuidando da saúde. Era ativa. Todo dia de manhã, bem cedo, ela saia para andar. A pessoa que atropelou nem sequer parou. Quando isso acontece, é porque tem culpa no cartório. A gente quer que seja feita justiça", lamentou Ingrid Barros, filha de criação de Cleonice.
Ingrid contou, ainda, que a aposentada morava em Itapetinga com um cachorro de estimação. Como o animal morreu, a família achou melhor trazê-la para passar um período na capital.
Segundo o delegado Sansão, a idosa teve a maioria dos ossos quebrados. Moradores da região que também faziam caminhadas, um médico e um segurança de condomínio devem ser ouvidos a partir de hoje.
Investigação
"Em caso de mortes violentas ou que tem possibilidade de ser intencional, somos acionados. Foi solicitada a investigação inicial por aqui (1ª DH), mas ainda não está definido se continuará com a delegacia territorial", disse Sansão. O delegado afirmou, ainda, que o condutor do veículo poderá responder pelo crime de homicídio doloso.
"O fato de estar no DHPP é um bom indício. Se ficasse como crime de trânsito, o motorista poderia responder por homicídio culposo, cuja pena máxima é de quatro anos. Já no doloso, se for qualificado, pode chegar a 30", ressaltou o advogado Daniel Keller.
Keller é advogado das famílias de Cleionice Barreto de Souza e também do casal de irmãos mortos em acidente envolvendo a médica Kátia Vargas, em Ondina, em 11 de outubro do ano passado.