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Agecom , Salvador |
03/05/2014 às 00:26
Obra da Barra
Foto: BJÁ
O Professor Diógenes Rebouças, um dos maiores nomes da arquitetura brasileira, será homenageado a partir do dia 05 de maio com uma exposição ao ar livre de imagens de seus projetos mais significativos para o desenvolvimento da cidade de Salvador, bem como a reprodução de telas que marcaram seu talento como artista plástico. Rebouças foi professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) por mais de três décadas. Como arquiteto, integrou a equipe do Escritório de Planejamento Urbano da Cidade de Salvador (EPUCS), criado pelo eng. Mário Leal Ferreira. Seu nome tem grande importância na história da arquitetura e urbanismo modernos da Bahia.
A exposição será formada por 20 totens dupla-face, produzidos com madeira reciclada, nos quais serão expostas cerca de 40 imagens de projetos e telas do arquiteto. O Largo do Farol da Barra foi o local escolhido para abrigar a exposição, que fica aberto ao público até o mês de junho. O projeto é uma realização da Odebrecht Infraestrutura, empresa responsável pelas obras de requalificação da orla da Barra, com o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB- Bahia), Universidade Federal da Bahia, o IPHAN e Prefeitura de Salvador.
Para o engenheiro da Odebrecht e Diretor do Contrato de requalificação da orla da Barra, Henrique Paixão, celebrar a obra de Diógenes Rebouças em seu centenário de nascimento é a oportunidade de homenagear um profissional marcante na história moderna da Bahia. “O Professor Diógenes teve um papel fundamental no desenvolvimento de Salvador. É uma grande honra receber essa exposição aqui na Barra, um local emblemático da cidade que está sendo requalificado e preparado para o futuro”, afirma.
Dentre suas obras, destacam-se a Catedral de Itabuna (1935-36), seu primeiro projeto de expressão; o Estádio Octávio Mangabeira/Fonte Nova (1942-51); o Hotel da Bahia (1947-52), uma dos prédios da arquitetura moderna mais importantes da Bahia e do Brasil, co-projetado com o arq. Paulo Antunes Ribeiro, a Avenida Lafaiete Coutinho/Avenida Contorno (1958); uma das obras viárias estruturantes da moderna Salvador e a Avenida Centenário, primeira das avenidas de vale de Salvador.
Como artista plástico, desenhista e pintor, ao longo de suas últimas décadas de vida, fez um levantamento histórico/iconográfico da cidade do Salvador no século XIX e registrou nas telas os mais expressivos trechos da cidade, com suas ruas, praças, casario, igrejas e paisagens, verdeiros conjuntos monumentais vistos da terra e do mar.
Em 1979 a Odebrecht SA publicou o Livro “Salvador da Bahia de Todos os Santos no Século XIX”, registrando a pintura documental de Diógenes Rebouças, com uma segunda edição bilíngue (português/inglês) em 1985, ampliada e consolidada, com notícias e notas de Godofredo Filho, apresentação de Pedro Calmon, introdução de Thales de Azevêdo e planejamento gráfico e design de Emanoel Araújo e, finalmente, sua terceira edição em 1996, que fixou definitivamente a obra. As pinturas podem ser vistas acompanhadas dos estudos em desenho e aquarela do autor e antigos registros documentais. Esta obra tornou-se uma importante referência para o estudo da história urbana de Salvador, especialmente do Centro Histórico tombado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1985.