O vereador Marcell Moraes (PV) teve todas as suas faixas – em torno de 20, arrancadas dos conjuntos Stiep e Vale dos Rios pelos próprios moradores que, revoltados, reagiram ao que consideraram um enorme desrespeito e oportunismo do edil, uma vez que a citação nas faixas dizia estarem eles agradecidos ao vereador pelo serviço de tapa buracos no bairro. Sem saber do histórico de lutas da região, que tem como uma das reivindicações mais antigas a pavimentação, e que vêm sendo tratada diretamente com a prefeitura, através de solicitações formais da Associação de Moradores e sem o envolvimento de nenhum vereador, o "verde" de primeiro mandato acabou “cutucando a onça com vara curta”.

Composto por quatro conjuntos, o bairro do Stiep está organizado através de associações de moradores e do Movimento Amo Stiep – Amigos e Moradores do Stiep. O histórico do bairro é marcado por grandes enfrentamentos, a exemplo da defesa das lagoas e dunas e, mais recentemente, pelo processo contra um ex-prefeito, por conta da “urbanização da entrada do Stiep”, incluída como uma das prioridades do chamado “Orçamento Participativo” e que só foi executado após denúncias na imprensa e no Ministério Público da Bahia. 

Mesmo sem ter sido concluída, a obra, na entrada do conjunto Stiep, foi uma das poucas a saírem do papel e ganhou destaque na imprensa graças as insistentes investidas dos moradores contra o então prefeito.

Em 2010, a construção de uma área de esporte e lazer na rua Camaçari, através do Governo do Estado da Bahia, revelou grande poder de articulação também por parte das lideranças do bairro.

Já sobre o edil, pesam as polêmicas e facilidade com que cria desafetos por onde passa. Iniciou a sua carreia política no movimento estudantil quando, após ofender a coordenadora do curso, foi processado e punido com multa, paga com a prestação de serviços comunitários. No movimento ambientalista, foi expulso do Gérmen - Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental, onde ocupava o cargo de Coordenador Geral. 

Já eleito vereador pelo Partido Verde, desgastou a sua imagem e a do partido com insistentes brigas com a sua ex-colega de partido, a também vereadora Ana Rita Tavares. Foi ainda acusado de lançar um “tablet” contra o rosto do então presidente da executiva municipal do Partido Verde de Salvador, Luis Araújo e brigou ainda com a vice-prefeita do Município de Salvador, a professora Célia Sacramento, sua colega de partido.

A denúncia dos moradores do Stiep chegou ao Fórum A Cidade Também é Nossa, no sentido de solicitar apoio do Fórum e de cada uma das entidades filiadas – em torno de 40, para que ações oportunistas como a praticada pelo vereador, que é da base do prefeito de Salvador, sirvam de lição para ele e para os demais uma vez que espera-se novos e desavisados "intrusos", por ser este um ano eleitoral. As lideranças estão mobilizando a comunidade e entidades parceiras para fortalecer o movimento criado em defesa do bairro e o recapeamento asfáltico está no topo da lista de reivindicações para a atual gestão municipal.

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