Dados serão divulgados no III Encontro Estadual do Proinfância, que acontece em Salvador, em 28 de março. Evento discute políticas públicas do setor
Murilo Bereta , Salvador |
25/03/2014 às 08:46
A qualidade da Educação Infantil na Bahia e o que fazer para melhorar as respectivas políticas públicas serão assuntos discutidos no III Encontro Estadual do Proinfância, que acontece em Salvador. Durante o evento, as pesquisadoras da Faculdade de Educação da UFBA divulgarão os resultados finais de uma extensa pesquisa desenvolvida em 244 municípios do interior baiano. Com o tema “A Educação Infantil no estado da Bahia: os desafios estão postos! E o que estamos fazendo?”, o encontro acontece em 28 de março, das 7h30 às 17h, no Hotel Fiesta.
Os dados da pesquisa permitem estabelecer o perfil da educação, oferecida na Bahia, às crianças de zero a cinco anos e 11 meses de idade. Segundo a coordenadora do projeto, Marlene dos Santos, os resultados da investigação evidenciam uma melhora em alguns aspectos da Educação Infantil nos municípios, mas afirma que ainda há um longo caminho a percorrer para resolver as fragilidades encontradas.
O relatório da pesquisa mostra que 43% das instituições pesquisadas já possuem um setor específico para a Educação Infantil na Secretaria Municipal de Educação. Porém, 57% dos municípios ainda não possuem esse setor. “Ter um setor específico para a Educação Infantil na Secretaria Municipal de Educação evidencia o lugar que a Educação Infantil ocupa no projeto de educação dos municípios e nas políticas públicas municipais”, ressalta Marlene dos Santos.
A coordenadora do Proinfância afirma que outro problema, na Bahia, é quanto ao nível de instrução dos professores da Educação Infantil. Dados do Censo Escolar 2010 mostram que praticamente a metade dos professores que atuam na Educação Infantil não possui formação superior completa (49,4%; desses, 0,2% possuem ensino fundamental incompleto; 0,5% fundamental completo; 28,3% ensino médio Normal/Magistério; e 20,4% ensino médio. “Informações como essa evidenciam a necessidade de um investimento maior por parte dos municípios na formação inicial e continuada dos professores que atuam, nesse caso, na Educação Infantil, uma vez que a maioria não tem a habilitação mínima exigida pela legislação educacional brasileira” diz Marlene.
Ainda segundo a professora da UFBA, com o final da pesquisa, o objetivo agora é divulgar para todo o estado as informações e, junto aos profissionais da área, avançar nas discussões e buscar meios de diminuir os problemas da Educação Infantil o território baiano.
O III Encontro Estadual de Educação está com as inscrições gratuitas já encerradas. São esperados aproximadamente 500 participantes, entre eles secretários de educação, gestores, coordenadores pedagógicos e professores da Educação Infantil. Além do apoio do Ministério da Educação, o evento tem a parceria do Fórum Baiano de Educação Infantil (FBEI) e do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB).