Salvador

CERCO DA PM ao Campo Grande afasta população da festa cívica baiana

Nunca se viu tanto policiamento para proteger as autoridades no Campo Grande
A Tarde , Salvador | 03/07/2013 às 08:49
Excesso de PMs e escassez de povo
Foto: A Tarde
Os carros da  cabocla e do caboclo foram recebidos na Praça do Campo Grande, na tarde desta terça-feira, 2, num cenário que remetia ao clima vivido pelos que lutaram, há 190 anos, pela Independência do Brasil na Bahia.

A praça estava cercada por policiais militares  das Companhias Independentes de Policiamento Especializado (Cacaueira, Caatinga, Mata Atlântica), do Batalhão de Choque e da Guarda Municipal. A ordem do comando da PM era manter  os portões fechados.

Do lado de fora, integrantes do Movimento Passe Livre e populares que foram assistir à chegada dos carros dos caboclos e do fogo simbólico protestaram com palavras de ordem e muitas vaias.

"O povo nunca tinha sido tolhido de participar dos festejos do 2 de Julho, e este ano foi. Tinha um policial para cada participante da festa",  reagiu um aposentado que acompanhou o cortejo cívico desde que saiu da Praça Municipal, às 15 horas, em direção ao Campo Grande.

Os portões da praça só foram abertos aos populares por volta das 17 horas, quase na metade da solenidade de hasteamento das bandeiras e execução do Hino Nacional. Presentes, o governador Jaques Wagner (PT), o prefeito ACM Neto (DEM) e autoridades civis e militares. 
 
Ao ser indagado por jornalistas por que os portões não foram abertos mais cedo, Wagner não soube explicar. Considerou a decisão "equivocada" e disse que partiu dele a "ordem" para abrir.

"Eu que dei a ordem para abrir", disse o governador. "Quando eu cheguei aqui, estranhei completamente o fato de o Campo Grande estar vazio, e não há motivo para isso. Para quem, hoje, andou a manhã inteira três horas do lado do povo, eu não vejo por quê", pontuou.