Veja o drama dos trabalhadores rurais
VF , Itaetê |
28/05/2013 às 11:06
Ocupação da Prefeitura de Itaetê por integrantes do MST
Foto: DIV
Trezentos assentados e acampados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), regional da Chapada Diamantina, ocuparam na segunda feira (27) a prefeitura do município de Itaetê. Os manifestantes querem apresentar à prefeita Lenise Estrela (PSB) a pauta com as demandas dos Assentamentos e Acampamentos do MST.
De acordo com dados apurados pelo Jornal da Chapada, as demandas envolvem construção de escolas e creches, postos de saúde, investimentos em produção, maquinário e toda a infraestrutura necessária para as famílias que lutam por terra na região. Nesta terça-feira (28), os manifestantes continuam a ocupação e aguardam um atendimento de membros da prefeitura.
Atualmente a regional do MST na Chapada Diamantina tem cerca de 10 mil trabalhadores rurais organizados. Para que essas famílias tenham melhor qualidade de vida, segundo informam os manifestantes, é necessário que também os municípios desenvolvam ações concretas. “Os municípios têm que investir em diversos setores como infraestrutura, produção, saúde e principalmente a educação do campo que hoje é uma luta dos movimentos sociais. Essa educação tem que ter como base trabalhar a realidade do educando sem perder de vista a realidade externa que vive e tem como centralidade o ser humano”, aponta um dos ocupantes.
Um texto entregue ao representante do Jornal da Chapada relata um histórico de estagnação das atividades de reforma agrária dos governos estadual e federal. “Nos últimos anos, pouco ou nada foi feito para uma verdadeira reforma agrária. Os governos têm dado prioridade ao modelo agrícola do agronegócio, baseado na grande propriedade ‘modernizada’ que usa elevadas quantidades de agrotóxicos, gera poucos empregos e produz somente para exportação, esquecendo a soberania alimentar”.
Ainda de acordo com o texto, os ocupantes dizem que nesse processo de luta a experiência comprovou que só conquistar a terra não é suficiente, outras conquistas foram e ainda são necessárias. “Compreendemos a importância da parceria do governo municipal no avanço da reforma agrária, principalmente em uma região onde a seca tem castigado a população, que alias é a pior dos últimos 40 anos”.